Profissionais se reúnem no João XXIII para encontro de brinquedotecas hospitalares

 

Na última sexta-feira, 22, educadores e profissionais da saúde se reuniram no auditório do Hospital João XXIII (HJXXIII) para o “II Encontro das Brinquedotecas Hospitalares de Belo Horizonte”. O evento, que durou o dia todo, contou com palestras e mesas redondas, que abordaram sobre a gestão e a organização do trabalho das brinquedotecas nos espaços de saúde.

Segundo a presidente da Associação Brasileira das Brinquedotecas (ABBri), Maria Célia Rabello Malta Campos, que ministrou a palestra “ Brinquedoteca hospitalar: espaço de promoção da saúde e valorização da infância”, o brincar é importante em todas as fases da vida, pois contribui para a interação social e é um fator de prevenção de muitos males, físicos e psíquicos. “Na brinquedoteca se aprende muito, se observa, se compara. É um ambiente de aprendizado informal. Lá a acriança se transforma.”, afirmou. 

Apesar disso, Maria Célia acredita que apenas 30%, dos quase mil hospitais pediátricos cadastrados em todo o Brasil, possuam brinquedoteca.  Outro ponto ressaltado por ela em sua palestra foi em relação a um espaço semelhante para pessoas de outras faixas etárias. “Cadê a oportunidade lúdica para os adolescentes e idosos, por exemplo?”, questionou.

De acordo com pesquisa realizada pelo Ibope, em 2012, apenas 19% dos pais consideram importante, para crianças de 0 a 3 anos, brincar e passear. No entanto, uma pesquisa realizada, em 2003, pelo hospital de oncologia Centro Infantil Boldrini, de Campinas (SP), com seus profissionais de saúde, mostrou que as atividades da brinquedoteca como facilitadores no tratamento contribuem em 100% para o alívio do estresse, da angústia e da espera, 84% para o alívio da dor, 88% para colaboração nos procedimentos, 80% para maior envolvimento da família, e 100% para o prazer em voltar ao hospital.

Para o médico André Gonçalves Marinho, chefe da Pediatria Clínica do HJXXIII, a brinquedoteca também é importante para que as mães possam interagir, trocar experiências e se apoiar. “É um espaço de amparo emocional”, afirma.

Outro ponto bastante discutido foi em relação à limpeza e desinfecção dos brinquedos, que gera muitas dúvidas nos profissionais dos hospitais. Em sua palestra sobre o controle de infecção e rotinas de higienização, a enfermeira da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) do HIJPII, Cláudia Mara Tristão Pinto, abordou detalhadamente sobre os brinquedos adequados a esse tipo de local, os produtos mais indicados para desinfecção e o passo a passo para que o processo seja efetivo e seguro. Segundo ela, o procedimento pode ser manual ou automatizado e reduz em até 80% o número de patógenos apenas com a limpeza da superfície, e até 99% com o uso de desinfetantes. “A utilização dos brinquedos deve ser restrita a cada paciente e o processo de desinfecção deve ser feito após o término de cada atendimento ou após a devolução dos brinquedos, ao fim da internação da criança”, explicou.

O diretor do Hospital Infantil João Paulo II (HIJPII) espera que, a partir da discussão gerada no evento, eles consigam modificar e melhorar ainda mais a estrutura do hospital, focando no lúdico, sempre voltado para a criança.

O evento foi uma realização dos hospitais João XXIII e João Paulo II, da Rede Fhemig, em parceria com a Fapemig, Puc Minas, Fundação CDL, Santa Casa BH, Ipsemg e Hospital da Baleia.