Marco Túlio Freitas Ribeiro, odontólogo na Casa de Saúde Santa Izabel (CSSI), em Betim, desde 2011 e líder do grupo de pesquisa “Aspectos Clínicos Epidemiológicos do Envelhecimento” desde 2012 é um dos convidados para o Inova Minas Fapemig 2017, que acontece de 15 a 17 de setembro, no Circuito Liberdade, em Belo Horizonte. O servidor da Fhemig foi um dos selecionados para apresentar os resultados da pesquisa desenvolvida por ele com tema “Reabilitação com prótese dentária na atenção interdisciplinar à saúde de idosos com sequela de hanseníase: um trabalho integrado com a Terapia Ocupacional”.
O evento, que está em sua terceira edição, é realizado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), com o apoio do Sistema Mineiro de Inovação (Simi) e da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sedectes), e deve atrair pessoas de todas as idades com sua extensa programação. “É um evento de grande importância, já que seleciona apenas projetos de pesquisa que contribuem para solucionar problemas do cotidiano, promovendo melhorias na qualidade de vida da população”, afirma Marco Túlio.
Segundo ele, os estudos mostram que a reabilitação odontológica tem um impacto positivo não só na mastigação dos idosos em geral, como também nos aspectos sociais, especialmente em relação à convivência social dessas pessoas. “No que diz respeito aos idosos com história de hanseníase, estamos desenvolvendo estudos qualitativos para avaliar quais são os impactos, pois trata-se de uma população vulnerável, com histórico de isolamento social e de sofrimento, devido ao estigma da doença. O que observamos na clínica é uma satisfação com as próteses novas”.
O projeto também já foi apresentado, em 2016, durante o V Fórum Científico da Fhemig, no qual foi exposta parte dos resultados da pesquisa.
Como começou
De acordo com Marco Túlio, o projeto inicial começou em 2012 e tinha como foco a reabilitação odontológica de idosos com história de hanseníase da CSSI. “A proposta surgiu mediante um levantamento epidemiológico realizado nessa população, que demonstrou um alto percentual de edentulismo (que é a percepção da falta de dentes), com a consequente necessidade de reabilitação com próteses dentárias. A partir daí, buscou-se estabelecer um trabalho em rede com a Prefeitura Municipal de Betim para utilização de seu laboratório regional de prótese. Firmada essa parceria, concorremos ao edital Interface 2012 da Fapemig, por meio do qual fomos selecionados e obtivemos recursos da ordem de 34 mil reais para aquisição de material de consumo necessário às fases clínicas da confecção das próteses”, explica.
Ainda segundo o odontólogo, com o andamento do projeto e a entrega das próteses, que vem acontecendo desde então, surgiu uma nova demanda, que é a reabilitação desses idosos para as atividades diárias de higiene bucal. “Muitos idosos da CSSI apresentam comprometimentos em suas mãos, que os impedem de fazer a higiene de suas próteses ou são causa de quedas e fraturas das mesmas. Assim, surgiu a necessidade de um trabalho conjunto com a terapia ocupacional para desenvolvimento de tecnologias assistidas de higiene bucal, que possibilitassem a eles independência e um manuseio seguro das próteses dentárias. Dessa forma, por meio do edital Interface 2014 conseguimos mais recursos para o desenvolvimento de uma pesquisa direcionada à reabilitação dos idosos, também para as atividades de higiene das próteses. Um total de recursos recebidos até hoje, por meio dos editais da Fapemig, de aproximadamente 55 mil reais. Hoje, esses dois projetos fazem parte do Programa de Atenção ao Idoso Vulnerável”, conta Marco Túlio.
Um sucesso que o odontólogo faz questão de destacar e que se deve muito também à parceria da Fhemig com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), por meio da participação de professores e alunos.
Expansão
A ideia é que o projeto seja levado para as outras ex-colônias da Fhemig. “Tenho mantido contato com a Gerência de Ensino e Pesquisa para que possamos incluir, no próximo Fórum Científico da Fhemig, oficinas com os profissionais da área odontológica, em que poderemos apresentar nossa experiência e construir uma proposta de odontologia hospitalar, não somente para as ex-colônias, mas para todas as unidades hospitalares”, conclui Marco Túlio.