Protocolo Sentinela ajuda a identificar casos de hanseníase

 

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Desde a implantação do Protocolo Sentinela de Investigação de Casos de Hanseníase Notificados em Áreas de Ex-Colônias, foram identificados na Casa de Saúde Padre Damião, em Ubá, 11 pacientes externos com a doença, que já estão em tratamento na unidade. Implantado após uma avaliação da Fhemig junto à Secretaria Estadual de Saúde (SES-MG) sobre a necessidade de acompanhar a situação da hanseníase nas suas quatro ex-colônias (Padre Damião, Santa Fé, Santa Izabel e São Francisco de Assis - atualmente casas de saúde para reabilitação e cuidado ao idoso), o protocolo visa o controle epidemiológico da doença nas regiões em que essas unidades se encontram e está em conformidade com a orientação do Ministério da Saúde. Uma iniciativa, até o momento, somente da Fhemig e da SES, já que das 31 ex-colônias de hanseníase do Brasil, o protocolo só foi implementado em Minas Gerais, nos hospitais da Fundação.

Elaborado pela Coordenação Estadual de Dermatologia Sanitária da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais e pela Fhemig, ele começou a ser aplicado em janeiro de 2016 e é de grande importância para a população.“O maior benefício é dar a todos a mesma a possibilidade de fazer um exame dermatológico que possa identificar os casos de hanseníase e tratá-los, uma vez que a doença tem cura. Assim, podem ser evitadas complicações como neurites, sequelas e deficiências físicas, entre outras, por meio do tratamento adequado, no tempo adequado”, explica Tiago Possas, assessor da Diretoria Assistencial (Dirass) da Fhemig.

Para identificar o bacilo-de-hansen, causador da hanseníase, são realizados baciloscopias (exames laboratoriais), anualmente, em todos os pacientes que já trataram a doença; além de exames dermatoneurológicos nos funcionários e servidores das casas de saúde, nos pacientes institucionalizados e em moradores das comunidades vizinhas às áreas hospitalares.

Para isso, foram designadas quatro equipes de referência para controle epidemiológico de hanseníase, sendo uma para cada unidade. Cada uma delas é composta por um médico, um enfermeiro, um técnico de enfermagem, um fisioterapeuta, um terapeuta ocupacional e um assistente social, sendo todos os profissionais de saúde capacitados para realizar uma primeira avaliação.

Atualmente, não existe nenhum caso de hanseníase ativa nos pacientes institucionalizados (antigos internos) das casas de saúde da Fhemig.

A hanseníase no Brasil

O Brasil registra todos os anos novos casos de hanseníase, ocupando o segundo lugar no ranking mundial de incidência da doença, atrás apenas da Índia. De acordo com os últimos dados publicados pelo Ministério da Saúde, em 2014 o país teve 24.612 novos casos de hanseníase, sendo 31.568 pessoas tratadas e o percentual de cura 84%.

Contaminação, sintomas e tratamento

A hanseníase é uma doença infecciosa e contagiosa causada por um bacilo denominado Mycobacterium Leprae. A doença não é hereditária e é transmitida por pacientes que não estão recebendo tratamento (pacientes em tratamento regular ou que já receberam alta não transmitem a doença), por meio dos bacilos eliminados pelas secreções nasais, gotículas de fala, tosse e espirro.  Porém, devido a fatores genéticos, apenas um pequeno grupo, em torno de 5% de pessoas, desenvolve a doença ao entrar em contato com o bacilo.

Os sintomas incluem: sensação de formigamento, fisgadas ou dormência nas extremidades; manchas brancas ou avermelhadas, geralmente com perda da sensibilidade ao calor, frio, dor e tato; áreas da pele aparentemente normais que têm alteração da sensibilidade e da secreção de suor; caroços e placas em qualquer local do corpo; e diminuição da força muscular (dificuldade para segurar objetos).

A hanseníase tem cura. O tratamento é feito, gratuitamente, nas unidades de saúde e inclui um coquetel de antibióticos, podendo durar até um ano e meio. Quanto mais precoce for o diagnóstico, mais rápida e fácil é a sua cura.