CSSI celebra 85 anos relembrando a história

 

 

Foto: Christina Marândola

 

Em comemoração aos 85 anos da Casa de Saúde Santa Izabel (CSSI), a CSSI inaugurou, no último dia 20, a mostra “Um lugar de memória, um lugar de amnésia” no prédio da Administração Central (ADC) da Fhemig, onde também realizou uma roda de conversa no auditório. O objetivo é fortalecer a cultura e a memória na política de saúde pública.

 

 

A roda de conversa contou com a participação de moradores e pacientes da antiga Colônia Santa Izabel, presidente e diretores da Fhemig e da CSSI, da coordenadora do grupo Filhos da Hanseníase da Faculdade de Medicina da UFMG, Elza Machado, do ex-diretor do Departamento de Lepra de Minas Gerais, José Palhares, da representante da Coordenação Estadual de Hanseníase, Aparecida Grossi, e da coordenadora de hanseníase da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), Juliana Rabelo.

Para o diretor da CSSI, Getúlio Ferreira de Morais, a roda de conversa é importante para relembrar as histórias de superação dos pacientes, que deixaram para todos uma lição de vida. “Os pacientes eram condenados a viver em um campo de concentração. Eram internados a força e seus filhos levados para orfanatos. Apesar disso, foram capazes de resistir a todo sofrimento sem perder o afeto e a alegria de viver”. E destacou: “A cidade que excluía, hoje é a que atende”, fazendo referência à casa de saúde que hoje atende, além das pessoas atingidas pela hanseníase, idosos e aqueles que necessitam de reabilitação.

Severo, paciente da CSSI, relembrou o preconceito sofrido durante anos. “Naquele tempo, a gente não tinha com quem falar. Não tinha voz e mesmo se tivesse voz não era ouvido. A gente não existia. Nós éramos detestados. Mas o tempo passou e as coisas melhoraram. Nós conseguimos superar os desafios e estamos vencendo sempre. Não desistimos da luta. Esta reunião é muito importante para todos nós revivermos a história dentro dos nossos corações”.

Segundo o presidente da Fhemig, Jorge Nahas, existe uma gama de problemas na área da hanseníase enfrentados diariamente. “As demandas são muitas e além de tudo variadas, mas nós estamos tentando acertar. Não podemos deixar de lutar. Pretendemos deixar um grande legado nesta gestão com relação à hanseníase. Nós temos uma equipe de profissionais de qualidade e com boa vontade para superar desafios”.

Mostra

A exposição, que reúne 40 imagens fotográficas da antiga colônia de hanseníase entre 1931 e 2016,ficará na ADC até março de 2017. Depois, a mostra, que é itinerante, seguirá para outras unidades da Fhemig, para que todos possam conhecer um pouco mais da história da hanseníase e da Casa de Saúde Santa Izabel.

 

Foto: Aline Castro Alves