O primeiro dia do Seminário de Hanseníase - realizado ontem (22), na Casa de Saúde Santa Izabel - teve como objetivo debater a linha de cuidado adotada nas Casas de Saúde e o uso social das terras dessas unidades.
Compondo a mesa solene de abertura do Seminário estiveram presentes o presidente da Fhemig, Jorge Raimundo Nahas; o diretor da Casa de Saúde Santa Izabel, Getúlio Morais; a diretora assistencial da Fhemig, Yara Ribeiro; a diretora da Casa de Saúde Padre Damião, Mônica Vallone; o diretor da Casa de Saúde São Francisco de Assis, Divino Flausino; o diretor de Vigilância de Doenças Crônicas e Agravos Não Transmissíveis da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, Kleber Rangel; o representante do Morhan, José Roberto de Oliveira; o representante da Administração Regional do Citrolândia, Anísio Isidoro; e a presidente da Funarbe, Márcia Dutra.
Para o presidente da Fhemig, Jorge Nahas, a realização desse seminário representa um avanço no que diz respeito à discussão das principais questões que permeiam a rotina das Casas de Saúde. “As ex-colônias são um legado importante que a Fhemig abriga. Estamos saindo da zona de conforto e abarcando toda a variedade de demandas dessas unidades, refletindo sobre tudo isso com moradores, servidores e gestores”, afirma.
De acordo com o diretor da Casa de Saúde Santa Izabel, Getúlio Morais, o Seminário tem como proposta principal debater a situação de vida das pessoas que moram nessas unidades. “Estamos ouvindo todos, buscando a construção coletiva de um novo modelo de administrar”, diz.
A primeira mesa-redonda tratou do tema “Linha de Cuidado – fundamentos e conceitos” e contou com a participação da diretora assistencial, Yara Ribeiro; da médica dermatologista Maria Aparecida Grossi e do assessor das Casas de Saúde da Fhemig, Tiago Possas. A mesa discutiu o tratamento da hanseníase nas Casas de Saúde, tendo em vista a necessidade de construir essa linha de cuidado junto às instâncias municipais e estaduais, e considerando – prioritariamente – o perfil do usuário como base para a proposta a ser desenvolvida.
A segunda mesa-redonda abordou a função social da propriedade. Participaram da discussão o doutor em Urbanismo pela UFRJ, Renato da Gama-Rosa Costa; a coordenadora da Rede de Museus da UFMG, Rita de Cássia Marques; o advogado e assessor jurídico da Santa Casa, João Costa; o coordenador Nacional do Morhan, Arthur Custódio de Souza; e o assessor da Presidência, Júlio Cesar Pinto, que foi moderador do debate.
Entre os tópicos discutidos estiveram o processo de transformação e adaptação, ao longo dos anos, do patrimônio histórico que abriga instituições de saúde. Foi tratada ainda a questão da regularização fundiária e como a atual legislação brasileira vem mudando no sentido de diminuir algumas dificuldades para obtenção do título de propriedade.
Por fim, a última mesa tratou do tema “Reabilitação em Hanseníase” e contou com a participação da terapeuta ocupacional Linda Lehman; das médicas dermatologistas Sandra Lyon e Maria Aparecida Grossi; e da subsecretária de Regulação em Saúde da SES-MG, Maria do Carmo.
Foram homenageados, no primeiro dia do evento, os servidores da Casa de Saúde Santa Izabel, Regina Lúcia Nunes Chinchilla e José Augusto da Silva. Recebeu homenagem ainda a terapeuta ocupacional, Linda Lehman, pelo trabalho realizado em prol do tratamento à hanseníase.