“EU ESTAVA LÁ” – Filme revela história de superação
Documentário é baseado no livro escrito pelo doutor José Corsino, “Eu estava lá”, lançado em 2009
A história de um dos primeiros moradores da Casa de Saúde Padre Damião (CSPD), em Ubá, na Zona da Mata, virou filme e será lançado em Minas Gerais nesta quinta-feira (27), em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, no 2º Seminário de Enfrentamento da Hanseníase: Descentralizar para Combater.
O vídeo mostra a trajetória de vida de José Corsino Filho, hoje um médico que ficou internado na unidade aos 12 anos e, mais tarde, foi transferido para uma colônia no Rio de Janeiro onde se formou em medicina.
O documentário é baseado no livro escrito pelo doutor José Corsino, “Eu estava lá”, lançado em 2009. Todo cuidado para retratar a época em que o médico do esteve internado por causa da doença, em meados dos anos 40, foi pensado.
Desde as roupas até um automóvel da época foram usados para a filmagem, feitas no início do ano passado na CSPD. Além de contar o começo da história de sua internação por diversos leprosários, e que só foi revelado para muitos parentes e amigos 55 anos depois - um segredo que dividiu anos com a mãe - o documentário fala da história de superação do jovem.
Nascido em Viçosa, José Corsino foi internado em Ubá ainda jovem. Depois de passar por um hospital e uma colônia no Rio de Janeiro, onde eram levadas as vítimas de hanseníase, conseguiu estudar e se formar em medicina. Atuou como perito do antigo INPS, foi professor assistente em duas Faculdades e trabalhou no Centro Municipal de Saúde Augusto Amaral Peixoto, onde foi chefe do Serviço de Epidemiologia.
Atualmente, ainda atende em um consultório no bairro carioca do Acari. “Achei realmente incrível que alguém, cuja infância e adolescência foram gastos em reclusões e tratamentos de uma doença tão estigmatizada, tenha sobrevivo, inclusive mentalmente, a tudo isso e ainda arranjado forças pra se tornar médico respeitado, diretor de hospital, professor e, sobretudo, pessoa humana das mais admiráveis’, revela o diretor do documentário, Abelardo Carvalho.
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