No dia 24 de março, comemora-se o Dia Mundial de Combate à Tuberculose. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença continua a ser a segunda doença infecciosa mais mortal no mundo, atrás apenas da Aids. Estima-se que a tuberculose, apesar de ter cura desde 1944, cause a morte de 35 milhões de pessoas até 2020.
O Hospital Júlia Kubitschek (HJK), da Rede Fhemig, é referência estadual no tratamento da tuberculose multirresistente. De acordo com a pneumologista e coordenadora de tuberculose da unidade, Munira de Oliveira, a doença é curável em praticamente 100% dos casos novos, desde que obedecidos os princípios básicos da terapia medicamentosa de, no mínimo, por seis meses e a adequada operacionalização do tratamento.
“O fato de ser um tratamento prolongado é um dos principais fatores que dificultam o alcance da cura. Muitos pacientes começam a apresentar melhoras ainda no início do tratamento e, por isso, interrompem o uso da medicação. Outras questões estão associadas ao insucesso da terapia, como o alcoolismo, o uso de drogas, a prevalência de desnutrição, de condições precárias de vida - como pouca luminosidade e aglomeração de pessoas - e da infecção por HIV, que é muito recorrente nesses pacientes”, explica a médica.
Inaugurada no ano passado, a ala G do Hospital Júlia Kubitschek é destinada ao tratamento da tuberculose multirresistente. “Trata-se de estrutura sem precedentes na saúde pública. Um espaço totalmente adequado para receber esse paciente, cujo período de internação caracteriza-se por ser longo. Além das enfermarias, a ala conta com espaço de convivência, sala de jogos, biblioteca e assistência multiprofissional e humanizada. O local ainda é equipado com filtros HEPA - uma tecnologia responsável por filtrar o ar contaminado com o bacilo da tuberculose, garantindo a proteção dos demais pacientes do hospital, familiares e profissionais de saúde”, explica a médica.
Implantado na rede pública desde o ano passado, o teste rápido para detecção da tuberculose possui a capacidade de identificar a presença do bacilo causador da doença em apenas duas horas. O exame também detecta se a pessoa tem resistência ao antibiótico rifampicina, usado no tratamento da doença.
O HJK já oferece o teste rápido ao usuário. A expectativa é que, com a melhoria do diagnóstico, haja um aumento nos casos notificados. “A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) estima que, com o teste rápido, passem a ser identificados em torno de 75 casos de tuberculose ao ano no Estado. Em anos anteriores, esse número ficava próximo de 15 casos”, afirma Munira.
O Hospital Júlia Kubitschek promove, no dia 24 de março, uma programação especial de palestras em comemoração ao Dia Mundial de Combate à Tuberculose. O evento “Vamos juntos enfrentar a Tuberculose” acontece a partir das 13h30, no auditório do Núcleo de Ensino e Pesquisa (NEP) da unidade. Confira a programação:
13h30 - Abertura
14h às 14h45 - A relação médico x paciente - Drª Munira de Oliveira (Pneumologista – HJK)
14h45 às 15h30 - O Panorama Epidemiológico da Tuberculose em MG - Juliana Veiga Costa Rabelo (Representante da SES-MG)
15h30 às 16h - O desafio da associação da Tuberculose com o Diabetes - Cintia Vieira do Nascimento (Enfermeira - HJK)
Hospital Júlia Kubitschek
Avenida Dr. Cristiano Rezende, 2.745 – Milionários.
Belo Horizonte – Minas Gerais