O Centro Mineiro de Toxicomania (CMT), que completou 34 anos no dia 05 de agosto, ganhou um presente especial: uma intervenção do artista belo-horizontino Nilo Zack, que desde 23 de agosto realiza um trabalho de grafite nos muros da unidade. Junto com o também grafiteiro Rodrigo Scalabrini, Zack busca tornar o espaço ainda mais humanizado por meio de sua arte.
Nilo Zack conheceu o trabalho desenvolvido no CMT por intermédio de um amigo de sua comunidade, que é usuário de drogas e paciente do Centro. Quando soube pelo colega que haveria a possibilidade de fazer um grafite no Centro, Zack logo se interessou pela parceria. “Meu amigo já havia me contado sobre como o atendimento no local e o tratamento estavam mudando sua vida. Como também tenho pai e tio que tiveram problemas com vício, me motivei a fazer este trabalho voluntário no CMT”, conta o artista.
Para conseguir o material para o grafite, Zack contou com o apoio do amigo Rodrigo, que é proprietário de uma loja de tintas, e que não só fez a doação, como se dispôs a colocar a “mão na massa”. “Achei a proposta muito interessante. Agregar um pouco de arte ao espaço, dá mais visibilidade para ele”, diz Rodrigo. Zack concorda com Rodrigo: “O grafite pode ajudar a trazer mais usuários. A primeira visão que a pessoa tinha ao chegar o CMT era de grades, porteiro e segurança. Se ela vê algo mais alegre, pode ter a ideia de algo não tão burocrático”, opina ele.
Nilo Zack se inspirou em telas de Tarsila do Amaral e Cândido Portinari para criar seu trabalho, e mostrar o sofrimento dos usuários de drogas, e o olhar da sociedade para eles. Já Rodrigo, pintou uma águia, animal que possui visão de longo alcance, e por isso, consegue enxergar adiante. “É isso que queremos para estas pessoas, que elas tenham esperança, e possam refletir que sempre existe um amanhã”, conclui Rodrigo.