Referência no atendimento a usuários de álcool e outras drogas (como o crack), o Centro Mineiro de Toxicomania - CMT é referência em Minas Gerais. Em entrevista, a gerente assistencial da unidade, Raquel Martins Pinheiro, fala do trabalho que a unidade vem desenvolvendo.
O fenômeno das drogas envolve sempre: a pessoa, a droga e o contexto social - familiar, escolar, trabalho e outros - que a cerca. Esses três pontos interferem tanto no início quanto na continuidade do uso. Um atendimento deve ser focado na pessoa, porque é dela que tratamos e não da pedra, garrafa ou pó. Os profissionais devem ter conhecimento das drogas e de seus efeitos somente para estabelecerem suas estratégias de abordagem.
O foco no sujeito também é o reconhecimento de que, para uma mudança de comportamento (no caso uso de álcool e drogas), é necessário que o próprio usuário se disponha a mudá-lo.
Neste segundo trimestre de 2010, estamos acompanhando/ monitorando os protocolos de hepatites, síndrome de abstinência alcoólica, acolhimento e intoxicação alcoólica. Para o segundo semestre, iremos implantar um protocolo sobre o crack. A importância dos protocolos clínicos é que eles sirvam de parâmetros mínimos para a rede de saúde estadual, principalmente para os profissionais não especializados nas toxicomanias.
Em 2010, o CMT vai realizar o IIº Curso de Especialização na Atenção ao Usuário de Álcool e Outras Drogas, financiado pelo Fundo Nacional de Saúde e dirigido aos profissionais de nível superior dos municípios de Estado de Minas Gerais. Principalmente aqueles municípios que têm planos de abertura de CAPS AD e que os que estejam localizados em regiões com maior demanda, de acordo com os planos da Coordenação Estadual de Saúde Mental.
Estamos planejando para novembro de 2010 a nossa 21ª Jornada de Trabalhos com o tema “Abstinência e redução de danos”. Esperamos contar com convidados internacionais, de outros Estados e de profissionais de Minas Gerais. A Jornada é destinada aos profissionais interessados em discutir o tema das toxicomanias.
Os pais, familiares, professores e amigos podem e devem contribuir na prevenção ao uso de drogas, dando suporte emocional e acolhendo seus filhos, alunos e amigos nos momentos de sua vida em que os conflitos internos e externos os façam sentir-se menor, sem valor, sem habilidades... Uma boa medida é usar ações que visem desenvolver o que cada um tem de melhor e assim impulsioná-lo para escolhas ainda melhores. Informações objetivas, reais sobre como o uso de drogas pode afetar a saúde física, emocional e social das pessoas, é outra medida que pode ser adotada para redução, de forma preventiva, de danos ao indivíduo.
Desde 2009, a procura por tratamento relacionada ao uso de crack tem ultrapassado a procura por tratamento relacionada ao álcool. Isso nos dá a informação de que, mesmo com todos os problemas relacionados com o crack, os usuários estão tendo a consciência de que é possível fazer um tratamento e ter bons resultados de interrupção e/ou de redução do uso e danos também do crack.
Em 27 anos, o CMT atendeu mais de 30 mil pessoas e, anualmente, mais de 1.000 novos casos. A unidade trabalha dando prioridade ao atendimento dos usuários e de acordo com a Política Nacional de Atenção ao Usuário de Álcool e outras Drogas, incluindo as estratégias de redução de danos.
O CMT ainda trabalha com uma equipe multiprofissional composta por psiquiatra, clínico geral, enfermeiros, técnicos de enfermagem, psicólogos, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais, farmacêutico, administrador hospitalar e estagiários de diversas áreas. Faz hoje uma média de 1.200 consultas por mês.
Os familiares são atendidos em reuniões mensais. São acolhidos familiares de pessoas que estão em tratamento e daqueles que ainda não estão dispostos ao tratamento.
Também os adolescentes em uso abusivo de drogas são atendidos em grupos específicos. A abordagem do adolescente exige uma ação mais dinâmica e focada nas questões que eles trazem para as sessões.
O CMT dispõe de quatro leitos de desintoxicação. Em média são atendidos mais de 200 pacientes. Casos mais graves destinados à desintoxicação são referenciados para urgências clínicas da rede de saúde.
O Centro Mineiro de Toxicomania é referência Estadual em capacitação e, este ano, vai realizar o II Curso de Especialização na Atenção ao Usuário de Álcool e outras drogas, que é financiado pelo Fundo Nacional de Saúde. O curso é dirigido aos profissionais de nível superior dos municípios de Minas Gerais. Principalmente aqueles que têm planos de abertura de CAPS AD (Centro de Atenção Psicossocial – Álcool e Droga) e os que estão localizados em áreas de maior demanda, de acordo com os planos da Coordenação Estadual de Saúde Mental.
- Pesquisa - está em andamento uma pesquisa financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq em parceria com a Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - PUC MG sobre o crack;
- 21ª Jornada de Trabalhos - aberta ao público, este ano traz o tema “Abstinência e redução de danos” e deve ser realizada em novembro de 2010;
- Estágios - a unidade conta com estagiários R3 de Psiquiatria, Psicologia, Terapia Ocupacional, Serviço Social e Administração Hospitalar;
- Participação em eventos - os dois últimos foram o Simpósio Sulamericano sobre drogas e a Conferência Estadual de Saúde Mental.
- Fonte para imprensa para discutir o uso e a prevenção de drogas.
O CMT recebeu, no ano passado, 2.251 casos, entre novos e retornos. Desses, 1.353 (60%) procuraram tratamento pela primeira vez e 898 (40%) estavam retornando ao tratamento. A maioria, 1.738 (77,2%), originados de Belo Horizonte, seguido de 461 (20,5%) da Região Metropolitana e 52 (2,3%) de outros municípios do Estado.
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