O heliponto do Hospital João XXIII, da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), apresenta um balanço positivo em seu primeiro ano de atividades no suporte às demandas do pronto socorro. Com uma área de 441 m², ele foi instalado para dar maior agilidade e segurança à assistência às vítimas de traumas graves e com risco iminente de morte.
Da inauguração em 17 de dezembro de 2010 a 17 de dezembro do ano passado, o heliponto subsidiou a realização de 157 salvamentos – o que representa uma média de treze atendimentos por mês. Realizados por meio de aeronaves do serviço de resgate das três esferas de polícia, (federal, estadual e municipal), os atendimentos ocorrem de forma ágil e segura, o que possibilita o transporte das vítimas a despeito de engarrafamentos e dificuldades no acesso a que estão sujeitos os serviços tradicionais de salvamento. No entanto, o acesso não é total uma vez que o helicóptero necessita de um local para efetuar o pouso.
O presidente da Fhemig, Antônio Carlos de Barros Martins, destaca que o heliponto é muito importante para o paciente e representa um avanço significativo para a qualidade do atendimento. "O João XXIII é um hospital de trauma. Hoje já se sabe que nesses casos é determinante ter um atendimento pré-hospitalar em tempo e chegar o mais rápido possível. Quanto mais grave o estado do paciente, maior a rapidez exigida para a sua entrada no hospital. No trauma, tempo é vida", ressalta o presidente.
Para o diretor do HJXXIII, Eduardo Liguori, o heliponto é uma grande conquista para a população do estado. Liguori destacou, ainda, a importância dos profissionais envolvidos no atendimento. "Temos uma equipe de médicos, enfermeiros e outros profissionais capacitados para receber esses pacientes".
O coordenador da Enfermagem do HPS, José Flora, salienta que a proporção dos pousos no heliponto do hospital experimenta um aumento no final do ano em decorrência das festas típicas desse período, quando há um maior número de vítimas de incêndio e, principalmente, de acidentes de trânsito graves.
Um desses casos ocorreu em outubro do ano passado, recorda José Flora. Segundo ele, um acidente envolvendo dois automóveis na BR040, na altura do município de Congonhas, Região Central de Minas Gerais, deixou 15 pessoas feridas, algumas delas presas às ferragens. O resgate de um casal e de uma criança de 11 anos de idade, em estado gravíssimo, foi realizado por meio de helicóptero, que não apenas agilizou o atendimento destas vítimas, como também reforçou o atendimento às demais.
A solicitação do socorro aéreo segue um procedimento padrão, sendo que o controlador médico, responsável por direcionar os atendimentos, faz o controle do resgate por telefone, de modo a orientar a realização do resgate na área determinada. Ele recebe a informação e decide o tipo de resgate mais adequado. Por exemplo, se houver um acidente na região da Pampulha, o resgate terrestre pode demorar em torno de 1 hora, ou mais, devido a engarrafamentos e outros tipos de problemas. Nesse caso, é acionado o atendimento por via aérea que leva, em média, três minutos para chegar ao local.
O médico cirurgião-geral do HJXIII, Marcos Lázaro Avellar, ressalta a importância do fator tempo no resgate a pacientes politraumatizados. “Para o paciente vítima de trauma, o fator tempo é determinante. Quando ele apresenta um sangramento na cavidade abdominal ou na região do tórax, a rapidez no controle do sangramento é crucial para a manutenção de sua vida, pois quanto menor a hemorragia, melhor a sobrevida do paciente”, avalia o médico.