Acervo de animais peçonhentos da Unidade de Toxicologia do HJXXIII é único em MG

Foto: Luciana Neves<BR />Animais peçonhentos são estudados para ajudar no tratamento de vítimas atendidas no HPS
Foto: Luciana Neves
Animais peçonhentos são estudados para ajudar no tratamento das vítimas atendidas no HPS


Serpentes, escorpiões, aranhas e lagartas são animais que normalmente causam repúdio na maioria das pessoas. No entanto, na Unidade de Toxicologia do Hospital João XXIII, da Fhemig (CIAT-BH) eles são motivo de estudo e "objetos" de coleção. O HJXXIII  possui um acervo, único na rede hospitalar do Estado, com cerca de 1.500 espécies, vindas de diversos lugares de Minas Gerais.





O Hospital João XXIII é referência no atendimento a acidentes com cobras, aranhas, escorpiões, lagartas e outras espécies peçonhentas. Os animais são trazidos ao hospital por pessoas que foram vitimas de acidentes e conseguiram capturá-los vivos ou sacrificados, ou que sabem da existência e da importância do acervo.  Só este ano, entre os meses de janeiro e maio, foram atendidos 1796 casos de acidentes com animais peçonhentos no hospital. No mesmo período do ano passado foram 1794 casos.

O curador da coleção Breno Damasceno, herpetólogo e biólogo do CIAT-BH, trabalha em conjunto com a equipe médica para identificar os animais, o que possibilita a aplicação dos soros específicos nos pacientes, ensino e o desenvolvimento de pesquisas e estatísticas. Os animais, que chegam vivos ou mortos, são imediatamente catalogados e armazenados pelo biólogo, que faz um apanhado de todas as suas características, do acidente, do próprio paciente, das reações que o veneno causou em seu corpo e o tratamento realizado.

De acordo com Damasceno, é muito importante destacar a localidade onde foi encontrado o animal, pois dessa informação podem surgir pesquisas importantes, como a de distribuição geográfica, que aponta o surgimento de determinados animais em regiões que normalmente não eram encontrados. Ele cita a presença de cobras aranhas e lagartas nos meios urbanos.

"Esses animais estão indo para os meios urbanos como consequência do que o homem faz com a natureza. Eles ficam sem espaço nas matas e invadem os centros urbanos, o que causa maior quantidade de acidentes envolvendo-os", afirma. Espécies importantes na fabricação de soros são enviadas às instituições responsáveis pela produção, como a Fundação Ezequiel Dias (Funed).

O acervo do HJXXIII é aberto a médicos e estudantes de diversas áreas, que podem conhecer e usar o acervo para desenvolver pesquisas acadêmicas, por exemplo. Damasceno acredita que esses estudos devem ser incentivados porque são importantes para a população. "O conhecimento a respeito dos animais e dos acidentes e formas de tratamento devem chegar à população, principalmente a população carente, que são maioria nas estatísticas de acidentes com animais peçonhentos.

Acidentes com crianças e idosos envolvendo escorpiões, por exemplo, é motivo de grande preocupação pela possibilidade de maior gravidade. É preciso que haja, também, uma desmistificação desses animais. As pessoas devem aprender sobre eles para aprender a evitar acidentes e preservar o meio ambiente", afirma.

A Unidade de Toxicologia do Hospital João XXIII existe há mais de 30 anos e atende, também, pessoas vítimas de outros tipos de agentes toxicantes, como medicamentos, produtos químicos, praguicidas, drogas e plantas tóxicas.


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