O Complexo MG Transplantes da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) encerrou o ano de 2011 com o melhor desempenho experimentado até então. O número de transplantes realizados atingiu a marca de 2.192 procedimentos, o maior índice desde a criação do sistema em 1992. Do total, a maior parte dos transplantes distribui-se por dois grupos, córneas com 1.437 cirurgias realizadas e rins com 482 intervenções.
Segundo o coordenador do Núcleo de Córneas, Paulo Lener Peixoto de Araújo Filho, o último trimestre de 2011 foi o melhor do Complexo MG Transplantes em termos de doações de córneas. O ano de 2011 terminou com a menor fila de espera por uma córnea na história do MG. Paulo Lener salientou ainda que, apesar dos números satisfatórios, é necessário que as equipes de captação continuem captando cada vez mais córneas, já que todos os meses mais de 100 pessoas entram na fila de espera por uma córnea.
Atualmente, o Complexo exibe um número de notificações de doações de múltiplos órgãos da ordem de 10,5 doadores por milhão de pessoas. Este dado revela a constante evolução pela qual tem passado a temática dos transplantes nos últimos anos.
Para efeito de comparação, basta observar-se o significativo incremento do índice desde 2006 quando a relação doador por milhão era de 4,8, o que revela um aumento de mais de 50% em cinco anos. Se essa performance de crescimento se mantiver constante, ou seja, caso ela evolua, anualmente, à taxa de 10% , é provável que a meta de 15 doadores por milhão até o ano de 2015, traçada pelo Ministério da Saúde, torne-se realidade.
Num universo de 25 estados, isto é, quase a totalidade do território nacional, o Complexo MG Transplantes destaca-se como um dos serviços mais organizados e ativos do país. Outro aspecto que distingue o Complexo mineiro é a presença de um serviço de transporte aéreo disponível 24 horas por dia para realizar os encaminhamentos de órgãos em todo o país. Cabe também ao MG Transplantes a coordenação da captação e distribuição de órgãos e tecidos no Estado, além de responder pelo monitoramento da lista única de transplantes.
Em sua configuração atual, o Complexo reúne seis Centrais de Notificação, Captação e Doação de Órgãos (CNCDO’s), assim distribuídas: Sul (Pouso Alegre), Leste (Governador Valadares), Nordeste (Montes Claros), Zona da Mata (Juiz de Fora), Oeste (Uberlândia) e Região Metropolitana (Belo Horizonte).
No Brasil, 95% dos transplantes realizados são financiados pelo Sistema Público de Saúde, que também subsidia a totalidade dos medicamentos imunossupressores para todos os pacientes. Tais características tornam o Sistema Nacional de Transplantes um dos maiores programas públicos de transplantes de órgãos e tecidos do mundo.
No ranking mundial, o Brasil é o segundo país em número absoluto de transplantes renais, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Todavia, se for estabelecida uma relação entre o número de transplantes e o produto interno bruto (PIB), o país sobe de patamar e apresenta o melhor desempenho mundial.