Fhemig realiza 5º Fórum Científico

 

Foto: Gil Leonardi
Mesa de abertura no primeiro dia de Fórum.

 

Entre os dias 22 (terça-feira) e 23 (quarta-feira), foi realizado o 5º Fórum Científico da Fhemig, na Associação Médica. O tema do evento deste ano foi “O Uso de Protocolos Clínicos e seus Benefícios na Pesquisa, na Assistência e Formação Profissional”. O Fórum, realizado a cada dois anos, tem enorme importância, pois é o momento em que são divulgados os resultados das pesquisas realizadas na Fundação, ou em parceria com outras instituições. Neste ano, foram 24 artigos completos apresentados – o dobro da edição anterior -, além de 102 resumos, expostos na sala multimeios. Segundo a coordenadora do evento, Deise Campos, isto mostra o esforço dos pesquisadores e da Gerência de Ensino e Pesquisa da instituição. “É um enorme ganho de qualidade. O maior número de trabalhos completos apresentados representa um amadurecimento do Fórum”, avalia a servidora.


 

A mesa de abertura do 5º Fórum Científico foi composta por Deise Campos, o presidente da Fhemig, Jorge Nahas, a diretora de Gestão de Pessoas, Denise de Paulo, e o chefe de gabinete da SES-MG e representante do Secretário de Saúde, Lisandro Carvalho. Para Jorge Nahas, o alto nível do Ensino e Pesquisa da Fhemig é resultado do trabalho de uma geração de gestores e pesquisadores, e hoje se tornou uma marca forte da Fundação. “A disponibilidade do nosso serviço para o aprendizado é algo de que temos que cuidar. Quaisquer que sejam nossas atribuições diárias, temos que continuar insistindo no Ensino e na Pesquisa, na característica da Fhemig como formadora, para que em nenhum momento ela perca o peso que possui”, afirmou Nahas.

Durante a abertura, foram premiados os melhores trabalhos desenvolvidos em unidades da Fhemig: em primeiro lugar, ficou o projeto “Meningite em Crianças associada com Infecção Simultânea por vários Fenótipos de Dengue”, dos servidores do Hospital Infantil João Paulo II, em parceria com a UFMG; em segundo lugar, o trabalho “Expressão de Receptores Toll, Produção de Óxido Nítrico e Citrocinas, em Leucócitos de Pacientes com Formas Clínicas da Hanseníase”, dos servidores da Casa de Saúde Santa Isabel, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz; e em terceiro, “Qualidade de Vida de Pacientes que vivem com HIV em uso de Terapia Antiretroviral no HEM”, dos servidores do Hospital Eduardo de Menezes  em parceria com a UFMG.

 

Foto: Gil Leonardi

 

Homenagem

O 5º Fórum Científico também foi marcado pela homenagem concedida ao servidor Francisco Carlos Souza, que atuou na Fhemig desde 1985, chegando à coordenação da Comissão Geral de Protocolos Clínicos. “Chico”, como é conhecido, esteve envolvido com o projeto ainda no início, em 2005, quando as regulamentações sobre a utilização de diretrizes clínicas em Minas Gerais e no Brasil ainda eram embrionárias. Francisco também foi um estudioso de estratégias para redução de mortalidade por sepse na Fhemig, e durante seu mestrado analisou mais de 300 casos, desenvolvendo uma proposta de melhorias. “Estas ações foram coincidentes com a diminuição da mortalidade de sepse na Fundação de 72% para 55%, de 2010 para 2013”, explicou Guilherme Freire Garcia, atual coordenador da Comissão, e que tocou uma música o violão enquanto a filha de Francisco, Maria, declamou uma poesia. Na ocasião, Maria e seu irmão, Rômulo, receberam das mãos do presidente Jorge Nahas uma placa de homenagem ao pai, que é portador de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA).

Programação

O primeiro dia teve início com duas atividades pré-evento, realizadas durante a manhã: a palestra sobre Fomento ao Ensino, à Pesquisa e à Educação Permanente, e o 5º Encontro PIBIC/FAPEMIG/FHEMIG. De acordo com o coordenador do Núcleo de Inovações Tecnológicas (NIT), Flávio Capanema, este encontro visa dar um espaço para participação dos acadêmicos de iniciação científica. “Acho muito importante oferecer aos jovens uma oportunidade de realizar uma pesquisa, por meio de bolsas de iniciação científica, receber uma orientação, aprender metodologia científica”, afirma Flávio.

Segundo Flávio, o tema do evento foi elencado baseado em um assunto atual, a medicina baseada em evidências, que permite buscar por propostas terapêuticas mais conjugadas e racionais. “A Fhemig, neste contexto, tenta se preparar para entrar em uma nova realidade, baseada nos protocolos consensuais, que a credencia a oferecer uma melhor assistência aos pacientes”, explica.

Durante a tarde, os palestrantes Reginaldo Aparecido Valácio, do Hospital Odilon Behrens, e Leonardo Carvalho da Paixão, do Hospital João XXIII, que participaram da mesa de abertura sobre “Práticas de Saúde baseadas em Evidências”. O dia de programação foi finalizado com o congraçamento e apresentação do quarteto de cordas da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais.

 

Foto:Carlos Alberto/Imprensa-MG

 

Debates em diversas áreas marcam segundo dia

Durante o dia 23, o Fórum Científico contou com palestras e mesas temáticas que trataram de assuntos bem diversificados no âmbito da saúde. Logo pela manhã, o evento recebeu os médicos Luciana de Gouvêa Viana, do Hospital das Clínicas (HC) da UFMG, e Daniel Gomes Monteiro Beltrammi, do Complexo Hospitalar Municipal de São Bernardo do Campo, para abordar o tema “Estudos hospitalares avançados e desempenho hospitalar”. Os palestrantes apresentaram as experiências de cada uma das instituições.

Luciana Viana ressaltou, entre outros aspectos, o alcance assistencial do HC – referência em média e alta complexidade em Belo Horizonte, Região Metropolitana e no Estado, além de traçar um histórico de iniciativas de investimento em qualificação da gestão como, por exemplo, a implementação de colegiados e o processo de acreditação hospitalar.

Já Beltrammi abordou os desafios para a sustentabilidade do hospital contemporâneo e o papel da gestão da clínica por meio de relato de experiência. O médico ressaltou a atual crise de sustentabilidade do sistema público de saúde e, entre os principais gargalos, destacou o subfinanciamento, a precariedade na gestão, demanda crescente e uso inadequado de recursos disponíveis. Para isso, apontou um conjunto mínimo de iniciativas para a sustentabilidade, como gestão de leitos, desenvolvimento de linhas de cuidado, cuidados prolongados e atenção domiciliar, entre outras.

Ciência, Tecnologia e Inovação

Ainda pela manhã, houve uma apresentação sobre o novo código de Ciência, Tecnologia e Inovação, que contou com a presença do coordenador do Núcleo de Inovações Tecnológicas (NIT) da Fhemig, Flávio Diniz Capanema, e da advogada Nizete Lacerda de Araújo. Entre os dados apresentados, Capanema apontou que o Brasil ocupa o 12º lugar no mundo em produção bibliográfica. No entanto, o país apresenta uma baixa produção tecnológica e necessidade de desenvolvimento e incorporação de novas tecnologias.

Para reverter esse cenário, umas das alternativas seria uma maior aproximação entre universidades (que detêm o conhecimento), empresas (que possuem a capacidade de transformar conhecimento em produto) e governo (órgão regulador e fomentador). Nizete Araújo, por sua vez, apresentou mais detalhes a respeito do novo código.

 

Foto:Carlo Alberto/Imprensa-MG
Flávio Capanema falou sobre Ciência, Tecnologia e Inovação

 

Mesas temáticas

Entre os assuntos que pautaram as mesas temáticas durante o segundo dia de Fórum Científico estiveram: Cuidados ao Idoso; Cirurgia; Doenças Infecciosas e Parasitárias; Administração Hospitalar; Saúde Pública e Saúde Coletiva; Saúde Mental; e Farmácia Hospitalar. Em cada uma das mesas foram apresentados relevantes trabalhos desenvolvidos nas unidades da Fhemig.

Pesquisa Clínica

Encerrando o evento, o chefe do serviço de Pesquisa do Hemominas, Daniel Gonçalves Dias, realizou uma apresentação sobre Pesquisa Clínica e Análise Ética, em que foram abordados os procedimentos e exigências para realização de pesquisa clínica, dados e números sobre o cenário brasileiro e documentos importantes a serem consultados, como a Norma Operacional 001/2013 e o Manual de Orientação: pendências frequentes em protocolos de Pesquisa Clínica da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep). Propôs ainda uma reflexão acerca do projeto de lei 200/2015, que limitaria em alguns pontos a atuação do Sistema CEP/CONEP.