O evento teve início com uma apresentação do coral composto por trabalhadores do posto de saúde da Vila Cemig. Na sequência, uma esquete teatral encenada pela presidente do Comitê Interinstitucional de Aleitamento Materno do Estado, Vânia Lima, abordou a importância do aleitamento materno e a relação do ato de amamentar com a sustentabilidade do planeta – tema da Semana Mundial de Aleitamento Materno em 2016.
A enfermeira obstetra e membro do Comitê de Aleitamento Materno do HJK, Luzia Maria da Silva Ventura, explicou a relação do aleitamento materno com a noção de sustentabilidade. “Nosso objetivo é propor para a comunidade uma reflexão sobre a amamentação e a preservação do meio ambiente. Quando a mãe não amamenta, ela entra num processo de consumo de itens que irão produzir ainda mais lixo, como, por exemplo, latas de leite artificial. Isso sem falar no uso excessivo de água, não só para o preparo do leite como também para higienização e esterilização, várias vezes ao dia, de chupetas e mamadeiras”, explicou.
O leite materno é o alimento mais acessível (não tem custo e está próximo), seguro (não necessita de fabricação/ envase/ preparo/ transporte), completo e oportuno (está disponível no tempo certo, na quantidade adequada, com incontáveis vantagens) para bebês e crianças pequenas em qualquer situação socioeconômica, em qualquer lugar do mundo.
Como forma de colocar em prática a sustentabilidade, as mães que participaram do mamaço ganharam brindes cujas embalagens foram confeccionadas com materiais recicláveis, como latas de leite artificial. Os brindes continham itens de higiene do bebê e sapatinhos.
A coordenadora da Comissão de Aleitamento Materno do HJK, Eliane Fonseca, conversou com as mães e aproveitou para tirar dúvidas e ressaltar os benefícios do aleitamento materno. “A amamentar contribui para que as crianças sejam não somente mais saudáveis, como também mais carinhosas, sensíveis e inteligentes. Já existem pesquisas que provam isso. E ainda reforça o laço afetivo entre mãe e bebê. Amamentar dá trabalho, mas vale a pena”, concluiu.
A jornalista da Administração Central da Fhemig, Aline Castro Alves, endossou a fala de Eliane contando um pouco sobre sua experiência com o aleitamento. “Tenho um filho de 8 meses e ele ainda mama muito, inclusive de madrugada. É cansativo, principalmente para a mãe que já voltou a trabalhar, como é o meu caso. Mas é muito bom. Ele mama e fica fazendo carinho no meu rosto. É muito gostoso esse momento”, relatou.
Ana Maria Ferreira Silva é moradora do Barreiro e foi ao mamaço junto com o filho e a nora, que tiveram bebê recentemente. Ela contou que amamentou sua filha mais nova até 1 ano e 8 meses de idade. “Ela sempre teve uma saúde ótima, poucas vezes tive que levá-la ao hospital. Ela está com 8 anos e percebo que é uma criança mais calma”, disse.
Leidiane Gil Soares também é moradora da região e está com dificuldade para amamentar. Ela foi ao mamaço com a filha de apenas 14 dias de vida. “A bebê ainda não pega o peito da forma certa e, por isso, tem saído sangue. Mas hoje fui ao posto de saúde para receber orientação. Espero conseguir amamentá-la logo”, contou.
Paciente do HJK, Etiene Rodrigues está alojada na Casa da Gestante há quase um mês. Isso porque seus filhos gêmeos nasceram prematuros, com 28 semanas de gestação, no dia 10 de agosto, e ainda estão internados na UTI Neonatal da unidade. “Até então, eu não entendia nada sobre aleitamento. Só quando comecei a tirar o leite para que fosse dado a eles é que percebi como fazia diferença no desenvolvimento e ganho de peso dos bebês. No começo foi difícil, cheguei a me machucar, mas corrigi a forma que estava tirando leite e começou a dar certo. A mulher tem que estar tranquila para conseguir fazer direito. Eu, por exemplo, gosto de escutar musica enquanto estou tirando, fica mais prazeroso. Estou contando os dias para poder amamentá-los nos meus braços”, disse.