Foto: Anni Sieglitz
Coletiva de imprensa realizada no auditório do HJXXIII
A Fhemig promoveu hoje, dia 6 de junho, Dia Nacional de Luta Contra Queimaduras, uma coletiva de imprensa para alertar sobre a prevenção de acidentes com queimaduras. Estiveram presentes o presidente da Fhemig, Jorge Nahas, o vice-presidente da Fhemig, Paulo Tarcísio Pinheiro da Silva, o coordenador da Unidade de Tratamento de Queimados do HJXXIII, Ilmeu Dias, e o chefe da cirurgia plástica do Hospital João XXIII, Marcos Mafra.
Para o presidente da Fhemig, Jorge Nahas, a expertise do HJXIII no tratamento do queimado e do grande queimado é uma prerrogativa irrefutável do Sistema Público de Saúde (SUS). “O conhecimento que temos nesse tipo de atendimento - não só de médicos, mas de enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos e demais profissionais - é um verdadeiro patrimônio da Fhemig e do SUS. A iniciativa de hoje é especialmente importante para alertar a população para prevenção de acidentes domésticos que envolvem queimaduras”, afirma.
O vice-presidente da Fhemig, Paulo Tarcísio Pinheiro da Silva, ressaltou a importância da prevenção. “A queimadura é uma questão social, deixa sequelas e marcas que podem perdurar um longo tempo ou até mesmo a vida inteira. A grande maioria das queimaduras são decorrentes de acidentes que poderiam ser evitados com um pouco mais de cuidado e medidas básicas de segurança. A utilização de álcool líquido, por exemplo, ainda é um fator responsável pela maior parte dos casos de queimaduras. É fundamental alertar a população para não se expor a riscos. Em especial, no mês de junho, devido às festas juninas, o número de queimados costuma aumentar”, ressaltou.
O coordenador da Unidade de Tratamento de Queimados do HJXXIII, Ilmeu Dias, explicou que o custo de um paciente queimado é bastante elevado. “O tratamento de um grande queimado, por exemplo, custa em torno de R$2.500,00 por dia. Já um médio queimado, em torno de R$1.500,00 dia. É um paciente que tem que passar por várias cirurgias, fazer uso da malha compressiva - e nós somos o único serviço de queimados do Brasil que fornece essa malha gratuitamente – ser acompanhado entre 2 e 3 anos pelo serviço de fisioterapia, entre outros processos. Esse é mais um dos motivos que tornam o trabalho de prevenção à queimadura fundamental”, diz.
O chefe da cirurgia plástica do Hospital João XXIII, Marcos Mafra, destacou que a Unidade de Tratamento de Queimados do HJXXIII tem uma importância social e histórica muito grande pelo desafio permanente que é lidar com grandes queimados, que são pacientes muito graves. “Dispomos de uma equipe multidisciplinar que trabalha 24h por dia com esse tipo de tratamento. Os números são expressivos. No ano de 2015, foram atendidos mais de 2.000 pacientes com queimaduras no HJXXIII. Desse total, em torno de 500 passaram por um período de internação prolongada. A queimadura é um problema social severo porque, entre outros fatores, pode deixar sequelas permanentes no indivíduo”, conclui.
Ao fim da coletiva de imprensa, a equipe do Instituto Hahaha promoveu uma ação de conscientização para a prevenção e queimaduras no pátio do HJXXIII, localizado próximo à entrada do hospital.
Foto: Anni Sieglitz
Ação do Hahaha focou na prevenção de acidentes com queimaduras
Dados sobre queimados graves
Em 2015, 138 pacientes foram internados no Centro de Terapia Intensiva da Unidade de Queimados, localizado no 9º andar do hospital. Desses, 44 sofreram queimaduras com álcool; outros 35 por calor (vapor, inalação); 22 por inflamáveis (gasolina e outros); 14 por líquidos quentes (óleo, água, leite e outros); 14 por eletricidade; e os demais por motivos como manuseio de produtos químicos, sólidos, entre outros.
O primeiro trimestre de 2016 mostra uma situação não muito diferente. Dos 37 pacientes atendidos no setor, 14 foram queimados com eletricidade; 9 por álcool líquido; 9 por outros inflamáveis; e os demais por líquidos quentes, calor, entre outros.
Atendimento a queimados médios
Em 2015, 410 pacientes foram internados no 8º andar do Hospital João XXIII, onde são assistidos os queimados de média complexidade. A maioria dos pacientes é do sexo masculino (260) e na faixa etária de 31 a 60 anos (179). A principal causa das queimaduras foi o líquido quente (130).
No primeiro trimestre de 2016, o álcool foi a segunda causa que mais provocou queimaduras, com 86 atendimentos, sendo que 50 do sexo masculino e 36 do sexo feminino. A faixa etária de maior incidência foi dos 31 a 60 anos, com 49% dos atendimentos, seguida da de 21 a 30 anos, com 24%. Do total, 57 se queimaram por acidente, 17 por agressão e 12 por tentativa de autoextermínio.
Unidade de Tratamento de Queimados Professor Ivo Pitanguy
A Unidade de Tratamentos de Queimados Prof. Ivo Pitanguy, do HJXXIII, é referência em toda a América Latina, não apenas por sua estrutura, complexidade e profissionais de excelência, mas também pelo desenvolvimento de ações educativas, como palestras e campanhas. A unidade também é uma enorme fonte de trabalhos científicos. Ivo Pitanguy, cirurgião plástico considerado referência internacional no tratamento de pacientes queimados, citou a unidade como um dos melhores centros da América Latina, destacando a qualidade técnica e instalações.
O setor está constantemente com grande parte de seus 35 leitos ocupados. São dez de tratamento intensivo no 9º andar e 25 de enfermaria no 8º andar. Possui um bloco cirúrgico com duas salas de cirurgia e sala de recuperação anestésica. Além disso, conta com uma equipe multiprofissional. São 150 profissionais envolvidos, entre cirurgiões plásticos, pediatras, clínicos gerais, psicólogos, fisioterapeutas, enfermeiros e técnicos de enfermagem.