Aconteceu na sexta-feira (15), no auditório do DER-MG (Departamento de Estradas de Rodagem), o I Simpósio sobre Transtorno do Espectro Autista (TEA) do Hospital Infantil João Paulo II, da Fhemig. O evento, organizado pela equipe do programa CRIA-MG (Ambulatório da Criança em TEA), e pelo NEP da unidade, teve como objetivo capacitar os profissionais da área de saúde que atuam com a pediatria, desenvolvendo um olhar clínico dos sinais de TEA, de modo que as crianças sejam encaminhadas, avaliadas e tratadas precocemente, minimizando as alterações de desenvolvimento. O Dia Mundial da Conscientização do Autismo foi comemorado no último dia 02.
A mesa de abertura do simpósio foi composta pelo diretor do HIJPII, Luís Fernando Andrade de Carvalho, pela assistente social do CRIA, Roberta Carvalho de Andrade, e pela enfermeira e gerente da unidade de doenças complexas da unidade, Soraia Santos de Carvalho. Segundo Luís Fernando, apesar de o HIJPII ser tradicionalmente conhecido pelo atendimento de urgência, a unidade vem nos últimos anos investindo e criando linhas de assistência em áreas específicas, de doenças mais complexas e raras na pediatria. “O CRIA teve início bem voltado ao atendimento médico, e hoje temos uma equipe multidisciplinar trabalhando no local”, disse o diretor.
A tarde foi marcada pelas palestras de diversos profissionais, e foi dividida em dois momentos: a primeira mesa abordou os aspectos clínicos do TEA, e a segunda, os multidisciplinares. Participaram os psiquiatras Arthur Kummer, Felipe Guimarães, e Walter Camargos, o neurologista André Vinícius, a fonoaudióloga Érika Parlato, a terapeuta ocupacional Janet Winter e o nutricionista Marcelo Nogueira. Temas como epidemiologia, diagnóstico e psicofármacos foram expostos.
O CRIA-MG
O Ambulatório da Criança em TEA do HIJPII é composto por uma equipe multiprofissional (médico psiquiatra da infância e adolescência, assistente social, fonoaudióloga e terapeuta ocupacional). O seu objetivo é realizar o diagnóstico precoce, acompanhar as crianças, orientar suas famílias e inseri-las na rede social e de saúde do município a qual pertence.
Para a primeira consulta, a criança deve ter 0 a 4 anos de idade e ter um encaminhamento de um profissional da saúde. A marcação deve ser feita pessoalmente na Unidade de Doenças Complexas do Hospital Infantil João Paulo II, com os seguintes documentos: encaminhamento ou relatório de um profissional da saúde, identidade da criança e do responsável, comprovante de endereço e cartão do SUS. A criança será marcada na primeira vaga disponível.
As consultas de retorno são definidas pela equipe e marcadas no mesmo dia em que o paciente é consultado, de acordo com a necessidade e disponibilidade de vagas. No ambulatório há também a avaliação de bebês de 0 a 2 anos de idade, irmãos dos autistas acompanhados pelo CRIA. As avaliações são marcadas pela equipe.
Sobre o TEA
O TEA é caracterizado por atrasos nos marcos do desenvolvimento em diversas áreas, que se inicia nos primeiros anos de vida. As alterações mais comuns são:
• Na comunicação e na socialização – dificuldade de estabelecer uma conversa adequada, seja por gestos, expressões faciais, linguagem corporal, ritmo e fala; compartilhamento reduzido de interesses, emoções e contato visual.
• Padrão de comportamento restritivo e repetitivo – movimentos motores repetidos, interesses fixos e restritivos, dificuldade em mudanças de rotinas e hipo ou hiper-reatividade a estímulos sensoriais.
Aproximadamente 1% da população apresenta TEA, o que é número significativo. As causas ainda não são totalmente esclarecidas, e a tendência atual é admitir múltiplos fatores, dentre eles, genéticos e biológicos.