Hospital Infantil João Paulo II registra aumento de 70% no atendimento

 

O Hospital Infantil João Paulo II, da Fhemig, atendeu na emergência no mês de março cerca de 5 mil crianças, sendo que no mesmo período dos anos de 2013, 2014 e 2015, a média foi de 3 mil, um crescimento de quase 70%. “Cerca de 70% dos casos são de doenças respiratórias e suspeitas de dengue”, disse o diretor da unidade, o pediatra Luís Fernando Andrade de Carvalho.

 

A tendência, segundo Luís Fernando, é que a demanda cresça ainda mais nos meses de abril e maio, quando está previsto um pico de doenças respiratórias. E a perspectiva é que os números de casos de dengue ainda se mantenham em abril, com a manutenção de temperaturas elevadas e a permanência de chuvas por mais tempo.  “A sobreposição das duas epidemias sobrecarrega o Hospital Infantil João Paulo II”, disse, alertando para que a população, nos casos de menor gravidade, procure os postos de saúde e as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Belo Horizonte e Região metropolitana.

Doenças Respiratórias

Segundo Luís Fernando, as doenças respiratórias são provocadas por diversos vírus. No outono e onverno são muito comuns as IVAS (infecção de vias áreas superiores), como a faringite e a laringite, além das conhecidas gripes. Pneumonias virais e bronquites também são comuns, principalmente em crianças, e nas menores de dois anos, pode surgir a bronquiolite, que é a inflamação de toda a árvore respiratória, incluindo os bronquíolos.  Nos casos mais graves as crianças apresentam insuficiência respiratória, com baixa oxigenação no sangue, e podem precisar de internação para receber oxigênio suplementar.

Gripes e resfriados também aparecem com frequência a partir do outono, e muitas vezes seus sintomas são confundidos. Ambos os males são causados por vírus, porém vírus distintos: “A gripe vem acompanhada de febre alta, dor no corpo, perda de apetite e um comprometimento do estado geral da criança. Já no resfriado, o doente apresenta um quadro mais leve,”, explicou o médico pediatra.

Infecções secundárias

Com a inflamação das vias aéreas, causadas pelos vírus respiratórios e a baixa da defesa imunológica, o organismo fica susceptível a infecções secundárias, como otites, sinusites e pneumonias, que também surgem em consequência das complicações virais. Segundo Luís Fernando, os maiores grupos de risco para as doenças respiratórias causadas por vírus são as crianças, que ainda tem pouca imunidade, e os idosos, que além de já possuírem uma redução da defesa do organismo, também podem apresentar mais complicações quando adoecem devido às doenças pré-existentes.

Prevenção

A melhor forma para evitar as gripes, em particular, são as vacinas. Para as outras doenças, como os resfriados, vale a prevenção. No caso dos bebês, uma boa alternativa é oferecer a amamentação no seio pelo maior tempo possível, pois o leite materno aumenta a defesa do organismo. Já para as crianças maiores, é importante manter uma alimentação saudável e balanceada, composta por frutas, verduras, carnes, leite, outras proteínas em geral.

Se a pessoa já apresentar os sintomas de uma doença respiratória, a hidratação intensa é primordial. É importante também evitar ambientes cheios, pouco ventilados e fechados, para que não ocorra a disseminação dos vírus. Nas salas de aula, é importante deixar as janelas abertas, mantendo o local ventilado e não levar as crianças para escola enquanto estiverem doentes.