Com o tema "Unidos para acabar com a TB", neste 24 de março – Dia Mundial da Tuberculose - a Organização Pan Americana de Saúde (OPAS)/Organização Mundial de Saúde (OMS) faz um chamado aos governos, às comunidades, à sociedade civil e ao setor privado para que unidos ponham fim à doença por meio do trabalho coletivo e colaborativo.
Dados divulgados no ano passado pela OMS revelam que a tuberculose já mata mais que a Aids no mundo. De acordo com relatório emitido pelo órgão, a tuberculose matou, em todo o planeta, 890 mil homens, 480 mil mulheres e 140 mil crianças em 2014. Por ano, 9,6 milhões de novos casos de tuberculose são registrados. O Brasil registrou 81 mil novos casos no ano passado.
Para a pneumologista do Hospital Júlia Kubitschek (HJK) - referência estadual no tratamento da tuberculose multirresistente – Munira de Oliveira, tais números são algo inaceitável, uma vez que a doença tem diagnóstico e tratamento. “A morte por tuberculose deveria ser 0”, afirma.
A doença é curável em praticamente 100% dos casos novos, desde que obedecidos os princípios básicos da terapia medicamentosa de, no mínimo, por seis meses e a adequada operacionalização do tratamento.
“O fato de ser um tratamento prolongado é um dos principais fatores que dificultam o alcance da cura. Muitos pacientes começam a apresentar melhoras ainda no início do tratamento e, por isso, interrompem o uso da medicação. Outras questões estão associadas ao insucesso da terapia, como o alcoolismo, o uso de drogas, a prevalência de desnutrição, de condições precárias de vida - como pouca luminosidade e aglomeração de pessoas - e da infecção por HIV, que é muito recorrente nesses pacientes”, explica a médica.
No dia 15 de março, deputados do Brasil, Bolívia, México, Nicarágua, Peru e Uruguai constituíram a Frente Parlamentar de Tuberculose das Américas, para trabalhar no novo marco da nova estratégia mundial "Fim da Tuberculose" e no Plano de Ação para a Prevenção e Controle da Tuberculose 2016-2019 da OPAS. A Frente se propõe a trabalhar estreitamente com os governos e a sociedade civil para que se destinem recursos financeiros suficientes para atividades que ponham fim à doença.