O Hospital Júlia Kubitschek (HJK) tem atuado de forma intensa para o atendimento a pacientes com dengue. Desde o dia 14 de março, a Unidade de Emergência (UE) do hospital conta com o Centro de Atendimento à Dengue (CAD) - uma parceira entre a Prefeitura de Belo Horizonte e o Governo do Estado de Minas Gerais via Fhemig. Já no dia 18 de março, começaram a funcionar 20 leitos da ala G para atendimentos a casos de dengue no HJK. Tais iniciativas têm por objetivo otimizar e ampliar o atendimento, uma vez que a demanda aumentou consideravelmente nas últimas semanas.
O CAD conta com equipe de profissionais da Prefeitura. Já os insumos e a estrutura são fornecidos pelo Estado. De acordo com Fábio Baccheretti Vitor, apoio da gerência assistencial do HJK, o atual surto de dengue em Belo Horizonte é responsável por um aumento de 50% em relação ao atendimento total da UE. “Só no CAD, está sendo atendida uma média de 80 pacientes em 12h. Antes da abertura desse centro, um terço dos pacientes do pronto-atendimento era de suspeita de dengue.”, afirma.
O CAD funciona diariamente das 7h às 19h e conta com um fluxo próprio. O paciente que chega a UE do HJK é triado e, se apresentar febre há menos de 7 dias e algum sintoma de dengue, é direcionado ao centro, onde realiza exames de sangue antes mesmo da consulta médica.
Os pacientes que chegam ao CAD podem ser classificados da seguinte maneira:
A: sem sinal de alarme. Paciente recebe alta e seu acompanhamento é feito no posto de saúde.
B: com sinal de alarme. Paciente recebe hidratação venosa e medicação e é avaliado novamente após algumas horas.
C: dengue com choque. Paciente necessita de intervenção imediata, podendo ser necessário encaminhamento para CTI.
A ala G da unidade, antes destinada aos pacientes portadores de tuberculose, foi adaptada para receber os casos de dengue que necessitam de internação. Os pacientes de tuberculose foram transferidos temporariamente para o Hospital Eduardo de Menezes (HEM), sem nenhum prejuízo ao tratamento.
Tal medida tem como objetivo proporcionar maior praticidade e comodidade aos pacientes. “A ala G possui maior ligação com a UE, o que facilita o encaminhamento dos pacientes que necessitarem de internação”, afirma a gerente administrativa do HJK, Camila Sizenando.
Do total de pacientes que procuram o CAD diariamente, quatro necessitam de internação. A maior parte dos pacientes direcionados à ala G vem encaminhada de outras unidades de saúde da capital, via Central de Leitos. Em caso de aumento na demanda, há a possibilidade de se dobrar o número de leitos da ala, chegando a 40.
Já no primeiro dia de funcionamento, a ala G recebeu 8 pacientes: 6 encaminhados pela Central de Leitos e 2 oriundos do CAD. No primeiro fim de semana, a ala chegou a ter seus 20 leitos ocupados. “No entanto, são leitos de alta rotatividade. O tempo de permanência dos pacientes com dengue é em torno de 48 a 72h. Portanto, são 20 leitos renováveis”, explica Fábio.
Na ala G, a equipe de médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem é composta por servidores do HJK e do HEM. Não houve deslocamento de equipe. Os profissionais estão recebendo por plantão estratégico. No total, cada plantão da ala G conta com dois médicos: um plantonista e um coordenador, além de um enfermeiro e três técnicos de enfermagem.
Desde a inauguração do CAD e dos novos leitos para dengue, apenas um paciente precisou ser encaminhado para o CTI. “Isso comprova uma grande eficácia da assistência. No geral os pacientes atendidos no HJK estão evoluindo bem. Contamos com médicos com expertise em doenças infectocontagiosas, do HEM, o que possibilita uma assistência muito especializada”, afirma Fábio.
Como os pacientes de tuberculose do HJK foram encaminhados para o Hospital Eduardo de Menezes, os pneumologistas e assistentes sociais do HJK estão indo ao HEM para manter o vínculo com os pacientes. A ala G deve voltar a recebê-los tão logo a procura por atendimento à dengue esteja reduzida.