A Fhemig foi representada na Mostra Inova Minas, realizada nos dias 23 e 24 de novembro, e promovida pela Fapemig, por meio da divulgação de uma patente própria para a área da saúde. O projeto, desenvolvido pelo coordenador do Núcleo de Inovações Tecnológicas (NIT), Flávio Capanema, em parceria com o professor Marcos Pinotti Barbosa, da UFMG, e o ex-servidor da Engenharia Clínica da Fhemig, Júlio César da Silva, se trata de um dispositivo para facilitar a medição da pressão na cavidade abdominal de pacientes em pós-operatório.
Diferentemente dos métodos tradicionais, que fazem a medição da pressão de modo indireto, por via uretral, este dispositivo é introduzido diretamente na cavidade abdominal do paciente, que em sua maioria, são recém-nascidos com problemas de fechamento de parede. Isso faz com que complicações pós-cirúrgicas decorrentes do aumento da pressão interna, como isquemia e necrose de órgãos internos, perfuração intestinal, surgimento de infecções e até o óbito da criança, sejam evitados.
Com o novo dispositivo, uma sonda é introduzida diretamente na cavidade abdominal no momento da cirurgia, e por ser muito fina, pode ser puxada já com as paredes fechadas, sem riscos para o paciente, após a pressão ser estabilizada. Além disso, o aparelho funciona acoplado a um display digital, com alertas sonoros para valores máximos de pressão, e acionamento remoto de profissionais por tecnologia de bluetooth. O pedido da patente, feito em 2012, foi o primeiro realizado pela Fhemig, e aguarda referendamento.
Fhemig desponta no mercado tecnológico
Segundo Flávio Capanema, a política de governo para Ciência, Tecnologia e Inovação incentiva o desenvolvimento de tecnologias inovadoras, e dentro deste contexto, o NIT “Fhemig-Inova” foi criado em 2008. “A Fhemig possui um grande potencial para pesquisa, com mais de 100 mestres e quase 60 doutores em seu quadro de profissionais. Nosso desafio é fazer com que as pesquisas desenvolvam produtos, o que chamamos de processo de inovação”, afirma o pediatra e doutor em Ciências da Saúde.
Flávio afirma que para evoluir nesta área, a parceria com outras instituições de pesquisa é fundamental, de modo que os trabalhos iniciados nas bancadas das universidades e centros de pesquisa possam encontrar na Fhemig um campo de testes para seus produtos, por meio de parcerias estratégicas com seus hospitais. “Há hoje uma grande dependência tecnológica por parte do Brasil em relação a outros países, já que praticamente todos os insumos e equipamentos hospitalares são importados”, situa o coordenador. Para ele, este cenário aponta a necessidade de que a teoria se transforme mais rotineiramente em produtos inovadores, a fim de gerar riquezas para o Brasil e melhorar as rotinas nos hospitais do país. “Algumas pesquisas viram artigos, teses e dissertações, mas no fim não há transferência tecnológica, que cria um novo produto para o usuário da saúde”, completa ele.
O case de sucesso apresentado na Mostra Inova Minas é um caminho para a Fhemig se aproximar de novos parceiros e realizar pesquisas inovadoras em um futuro próximo. “Pudemos mostrar no evento o que a Fhemig está fazendo em termos de novas tecnologias e a evolução de Minas Gerais neste mercado”, avalia o coordenador do NIT. De acordo com Flávio, há outras duas tecnologias sendo desenvolvidas por pesquisadores dentro da Fundação, ainda em processo de proteção.