Fhemig realiza Mostra “Meu peito pulsa vida” para celebrar Outubro Rosa

Foto: Ramon César
Pacientes do Hospital Alberto Cavalcanti relatam suas histórias de superação do câncer de mama

 

Na manhã desta quinta-feira (29), um grupo de sete mulheres, seis delas pacientes do Hospital Alberto Cavalcanti (Fhemig), diagnosticadas com câncer de mama, emocionaram as quase 200 pessoas que compareceram ao auditório dos Correios, no bairro Jaraguá, para acompanharem o lançamento da mostra “Meu peito pulsa vida”, resultado da parceria entre a Fhemig e os Correios para promover a conscientização sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce da doença.

A cerimônia contou com a presença do diretor dos Correios em Minas Gerais, Fábio Heládio Rodrigues, do vice-presidente da Fhemig, Paulo Tarcísio Pinheiro, do diretor do Hospital Alberto Cavalcanti (HAC), Cláudio Antônio de Souza, do designer gráfico Lucas Aguiar B., criador das ilustrações da mostra, da madrinha da campanha, a publicitária e escritora Chris Guerra, além de servidores do HAC e empregados dos Correios. Durante o evento, a médica mastologista do HAC, Fernanda Vasconcelos, orientou os presentes sobre formas de prevenção e controle do câncer.

Histórias de vida

A aposentada Efigênia Coelho, de 88 anos, está em tratamento há quatro anos no HAC. Quando soube do diagnóstico, chorou muito, mas, vencido o choque inicial, requisitou auxílio divino e seguiu em frente. “Daquele dia em diante, não chorei mais. Não podemos nos entregar, senão a doença toma conta. O Alberto Cavalcanti não é um hospital, é a minha casa”, revela. “Nunca se esqueçam de cuidar da vida. Todas as manhãs, eu rezo e peço: meu Deus, não tá na hora de eu ir embora”, conta com um sorriso nos lábios.

Com a metade da idade de dona Efigênia, Andréia Aguiar, de 44 anos (casada, mãe de três filhos e avó de um neto), luta contra o câncer de mama há três anos. “Quero mostrar para todas as mulheres que isso é só uma fase da vida, temos que seguir firmes. Com o tratamento, nós vamos vencer. Não é que aceitamos a doença, nós enfrentamos ela de cabeça erguida. Cada dia é um presente. Às vezes, a gente leva uns tombos, mas aí levantamos com mais força ainda”, afirma com convicção. “Cada quimioterapia, cada cirurgia que eu faço é para ficar mais com os meus filhos e com o meu neto”, completa Andréia.

Márcia Maria, também paciente do HAC, faz um apelo. “Não olhem com cara de dó para as mulheres que estão com câncer de mama, isso é a pior coisa que se pode fazer”.

Meu peito pulsa vida

Foto: Alexandra Marques
O designer Lucas Aguiar B e a aposentada Efigênia Coelho. Ao fundo, uma das ilustrações da Mostra

As ilustrações que compuseram a mostra foram desenvolvidas pelo designer Lucas Aguiar B., a partir dos relatos das pacientes e buscam salientar, de forma simbólica, a capacidade de superação das mulheres que enfrentam o câncer de mama.

“O que me motivou foi a solidariedade, a capacidade de me colocar no lugar do outro. O Outubro Rosa é basicamente prevenção, e eu estou participando da campanha para ajudar a espalhar a ideia da prevenção”, salienta Lucas Aguiar.

Madrinha da campanha, Chris Guerra perdeu a mãe há mais de 20 anos em razão do tumor de mama. Além disso, sua história pessoal é repleta de luta e de superação de vários momentos difíceis, como a morte do marido quando estava grávida. Ela lembrou a importância das mulheres (e dos homens) se cuidarem. “O que a gente pode fazer de mais importante é a prevenção. A cura do câncer não é um fim, é uma continuação. Cuidemos da nossa saúde”, afirmou.

União de esforços

O diretor dos Correios, Fábio Heládio Rodrigues, ressaltou a importância de se desenvolver ações de prevenção do câncer de mama durante todo o ano e não apenas durante a campanha. A instituição conta com o programa corporativo “Viva Melhor”, que visa a melhoria da qualidade de vida dos empregados dos Correios e que promove, dentre outras campanhas, a de prevenção do câncer de mama.

De acordo com o vice-presidente da Fhemig, Paulo Tarcísio de Souza, a Fundação vem cumprindo o seu papel na luta contra o câncer através do Hospital Alberto Cavalcanti. “Precisamos nos lembrar das mulheres que estão vivendo com câncer de mama. A prevenção deve ser feita diariamente”, reiterou Paulo Tarcísio. Durante sua fala, ele se emocionou ao contar como sua irmã venceu a doença há dez anos, devido ao diagnóstico precoce.

Para o diretor do HAC, Cláudio Antônio de Souza, a iniciativa global de prevenção do câncer de mama tem o potencial de inspirar muitas outras campanhas de cuidados com a saúde. “A atitude é que muda tudo. A doença tem um alto índice de cura quando detectada precocemente. Se as empresas incentivarem, no dia a dia, a atitude de prevenção, será possível reduzir os índices de incidência desse tipo de tumor”, assegurou.

Maria Eliane Miranda, empregada dos Correios, foi diagnosticada em 2000. Ela sempre fez todos os exames regularmente, “venci a doença há 15 anos, mereço uma festa de debutante”, brinca. “Durante o tratamento, eu me perguntava, perto do Natal: será que eu vou estar aqui no ano que vem?”. Eliane reforça a recomendação, “vamos fazer a prevenção e sermos felizes”.

Uma em cada oito

Segundo a mastologista do HAC, Fernanda Vasconcelos, a cada oito mulheres, uma irá desenvolver tumor de mama. Por isso, o Outubro Rosa é fundamental para chamar a atenção sobre a importância da prevenção. O câncer de mama mexe muito com a identidade feminina. Ele é o tipo mais frequente na mulher brasileira. “Muitas mulheres perdem um tempo precioso porque têm medo de procurar um médico e fazer os exames”. Cabe ressaltar que essa atitude é perigosa, pois, uma vez instalado, o tumor dobra de tamanho a cada ano.

A médica alerta que nem todo nódulo é tumor. Por isso, é importante consultar o médico anualmente. Toda mulher, a partir dos 40 anos de idade deve fazer mamografia regularmente. No caso de haver história familiar de câncer de mama, o exame deve ser feito a partir dos 35 anos.