Entre 2010 e 2015, a Fhemig manteve-se no mesmo patamar. Ao contrário do que possa parecer, este não é um cenário ruim, mas poderia ser melhor. “Nós corremos muito esses anos todos para ficarmos no mesmo lugar. Para avançarmos, temos que correr mais ainda, temos que voar. E é isso que pretendemos fazer”, assegurou o presidente da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais, Jorge Nahas, ao apresentar diagnóstico do desempenho da instituição ao longo dos últimos cinco anos e prestar contas das ações empreendidas em sua gestão nos primeiros oito meses deste ano. A afirmação foi feita durante reunião do Conselho Curador, ontem (25) no Plug Minas.
Nos primeiros oito meses da nova gestão, “nós avançamos, temos uma visão mais clara da realidade da instituição e uma equipe mais coesa. A Fhemig tem uma massa crítica muito qualificada”, capaz de enfrentar desafios, ressaltou Nahas. Segundo o presidente, com exceção do Hospital João XXIII, os demais hospitais que integram a Fundação não conseguiriam se manter apenas com o seu faturamento. “Temos percebido que a Fhemig se transformou numa instituição incapaz de funcionar como uma instituição moderna. Ela é produtiva e respeitável, mas está parada. Nosso rumo é o rumo do SUS. Temos que caminhar para formas superiores de relacionamento com nossos usuários”, propôs Nahas.
Ainda de acordo com o presidente, o excesso de cautela tem travado o bom funcionamento da instituição que, ao longo de sua história, centralizou suas unidades de uma maneira inaceitável. “Se a gente não mudar esse padrão, a Fhemig permanecerá uma instituição respeitável, mas não moderna”, alertou.
As mutações sofridas pelo modelo institucional da Fhemig requerem um estudo que aponte para perspectivas de um novo futuro, no qual as diversas unidades hospitalares tenham personalidade própria. “Não pretendemos descentralizar por descentralizar, mas por um imperativo de eficiência, de modernização”, assegurou o presidente.
Para Nahas, as tarefas mais urgentes neste momento são a descentralização, com o empoderamento das unidades assistenciais e a criação de fluxos decisórios eficazes. “Precisamos fazer uma revisão mais aprofundada dos nossos custos. Nós temos um vasto programa de obras que foi interrompido”, lembrou o presidente.
O secretário de Estado de Saúde, Fausto Pereira dos Santos, parabenizou o presidente e sua equipe pelo diagnóstico realizado e afirmou que ele permite estabelecer uma visão de futuro a partir do trabalho realizado nesses primeiros oito meses. “Nós temos um conjunto de problemas a enfrentar. É necessário estabelecer as prioridades. A questão das obras têm que ser equacionada. Mas, ainda assim, não temos fôlego para resolver todas elas”.
De acordo com Fausto Santos, a Fhemig “não pode permanecer com as mesmas amarras, ela precisa se modernizar”, identificar qual o melhor modelo gerencial a seguir, tendo em vista as especificidades de cada unidade. “O mundo real é diferente daquele que idealizamos. Temos percebido isso de uma forma bastante dura diante das dificuldades do processo de modernização”, pontuou o secretário.
Participaram da reunião representantes das diretorias da Fhemig e das secretarias de Estado de Governo, Fazenda, Planejamento e Gestão, Transportes e Obras Públicas, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, da Advocacia-Geral, do Conselho Estadual de Saúde e, pela primeira vez, os diretores das unidades hospitalares e membros das gerências assistenciais e administrativas da Fundação.