A panfletagem aconteceu também na Praça da Liberdade. A atividade faz parte da Caravana Nacional dos Conselhos de Medicina organizada pelo Conselho Federal de Medicina e ocorreu em todos os estados brasileiros.
O vice-presidente do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRMMG), Fábio Guerra, conversou com médicos, mães de pacientes e familiares que visitavam parentes. Segundo ele, o Hospital João XXIII foi escolhido por manter uma estrutura de atendimento em urgência e emergência e já realizar um trabalho de identificação. “Estamos reforçando o trabalho que já vem sendo feito e que pode servir de referência”, afirmou Guerra.
A Unidade de Apoio ao Paciente (UAP) do HJXXIII mantém na entrada de emergência da unidade um painel com fotos de pessoas desaparecidas e orientações sobre como evitar desaparecimentos. A assistente social Claudia Carvalho salientou que recebe muitas pessoas no hospital procurando por desaparecidos. Quando não são localizadas na unidade, ela orienta como proceder para a procura.
A assistente social se lembra de caso recente de um rapaz de 17 anos que deu entrada no hospital sem identificação, após sofrer um acidente de moto. Ele ficou no CTI e ao acordar mencionou o nome de um bairro. “Liguei aleatoriamente para uma mercearia do bairro e falei sobre as tatuagens que o paciente tinha no corpo. No mesmo dia conseguimos localizar a família que estava à procura do rapaz. Em outro caso, uma criança que estava no hospital reconheceu a foto de um coleguinha no painel de pessoas desaparecidas”, contou.
Além disso, nos casos em que a unidade recebe pessoas sem identificação, é realizado um trabalho em parceria com o Instituto de Identificação. “É uma parceria muito importante, já conseguimos solucionar muito casos”, disse Claudia Carvalho. Ela ressaltou ainda que, em parceria com o Instituto, são providenciados documentos de identificação para os pacientes que não possuem.
O material distribuído pelo Conselho Regional de Medicina contém informações sobre como evitar desaparecimentos e como proceder. É importante ressaltar para a presteza da denúncia do desaparecimento, pois as primeiras horas são essenciais para a investigação. A Lei Federal nº 11.259/2005 determina a busca imediata pela criança a partir da ocorrência policial.
De acordo com as instruções do Conselho Federal de Medicina, o médico deve observar durante as consultas se o comportamento da criança está alterado (o que indica coação), se existem marcas físicas de violência, como cortes e hematomas. Além disso, o profissional deve solicitar a documentação do acompanhante para comprovar o parentesco ou solicitar autorização por escrito, caso não seja um parente próximo. Se o acompanhante apresentar informações contraditórias, o médico deve comunicar as autoridades competentes imediatamente.
O Conselho Federal de medicina realiza campanhas de conscientização sobre crianças desde 2011. A entidade mantém o site crianças desaparecidas www.criancasdesaparecidas.org.br