Apenas no último fim de semana, em Minas Gerais, pelo menos cinco pessoas morreram vítimas de afogamento. Ao todo, somente na segunda semana de janeiro deste ano, foram sete mortes, o que representa a média de uma morte por dia.
Segundo alerta da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático, se levado em conta o tempo de exposição ao risco de acidentes, os afogamentos representam um risco de morte 200 vezes maior que os acidentes de trânsito.
Estatisticamente, o afogamento aparece como uma das principais causas de morte no Brasil. Em 2012, este tipo de acidente ocupou o segundo lugar entre as causas gerais de óbito entre crianças de um a nove anos de idade. Além disso, é a terceira causa de morte entre crianças e jovens de 10 a 19 anos. Em todo o país, em 2012, 6.369 pessoas morreram em razão de afogamentos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), no mundo, os números são ainda mais impressionantes: cerca de 370 mil óbitos anuais.
Com uma experiência de mais de três décadas como médico do maior hospital de trauma da América Latina, o pediatra e diretor de Emergências do Hospital João XXIII, da Rede Fhemig, Sílvio Grandinetti Júnior, convive, em todos os verões, com a rotina do atendimento a crianças e adultos vítimas de afogamento. Segundo o médico, o descuido dos responsáveis pelas crianças durante a permanência dos meninos e meninas, principalmente, em piscinas, mas também em rios, lagos e mares, é uma das principais causas de afogamentos (45% dos motivos, ou seja, quase a metade).
A curiosidade dos pequenos os predispõe a se colocarem, involuntariamente, em situações que representam perigo. Portanto, a supervisão constante dos adultos é fundamental para a segurança das crianças. Nesses casos, a prevenção reduz em 85% o risco de afogamento.
No que tange aos casos de afogamentos envolvendo adultos, um dos principais fatores que potencializam as chances da ocorrência de acidentes é a ingestão de álcool e/ou outras drogas. Do mesmo modo, quem não sabe nadar e se aventura a entrar na água está se expondo ao risco. O uso de álcool também faz com que o adulto diminua a supervisão sobre as crianças.
O tempo de submersão da vítima de afogamento é determinante. O cérebro resiste a apenas três minutos sem oxigenação. Após esse tempo, a possibilidade de lesões neurológicas é grande. No caso de parada cardíaca, os danos podem ser ainda maiores.
- Informe-se, com o guarda-vidas, sobre o melhor lugar para o banho;
- Obedeça a sinalização: bandeiras vermelhas indicam alto risco de afogamento;
- Antes de mergulhar, certifique-se da profundidade;
- Mantenha atenção constante às crianças;
- Evite bebidas alcóolicas e alimentos pesados;
- Não superestime sua natação;
- Não tente salvar alguém se você não tem condições;
- Não nade em locais isolados;
- Caso esteja em alguma embarcação, use o colete salva-vidas;
- Em caso de tempestade, permaneça longe da água.