Em 2014, cerca de 500 crianças, na faixa etária de 0 a 12 anos de idade, deram entrada no Hospital João XXIII, vítimas de acidentes de trânsito. Para se ter ideia da dimensão do problema, somente na última segunda-feira, (05), de cada 10 crianças internadas no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Pronto Socorro, cinco eram vítimas desse tipo de acidente.
Crianças menores de dez anos devem ser transportadas no banco traseiro dos veículos utilizando equipamentos de retenção. Até um ano, deve ser usado o bebê conforto, colocado no banco de trás, voltado para o vidro traseiro e de costas para o sentido do trânsito. O equipamento deve ficar levemente inclinado, formando um ângulo de 45º aproximadamente, deixando a cabeça, pescoço e coluna do bebê alinhados.
De um a quatro anos, a criança deve ser transportada na cadeirinha instalada no banco de trás do veículo, voltada para frente. O cinto da cadeirinha deve passar pelos ombros e quadril da criança e não deve ficar sobre partes mais frágeis, como barriga e pescoço. Já as crianças de quatro a sete anos e meio devem usar o assento de elevação e o cinto de segurança de três pontos do carro, passando pelo peito e coxa.
A partir de sete anos e meio de idade, a criança não precisa mais do assento de elevação. Deve usar apenas o cinto de segurança de três pontos do veículo, mas sempre no banco de trás. Somente crianças maiores de 10 anos de idade podem ser transportadas no banco da frente e obviamente com o cinto de segurança.
O risco de não se usar equipamentos de segurança é de tal ordem, como adverte a pediatra Eliane de Souza, que, em um acidente com o veículo a 50 Km/h, tudo o que estiver solto no banco de trás vai ser atirado com um peso 50 vezes maior que o real. Isso quer dizer que uma criança de dez quilos, por exemplo, poderá atingir um peso aproximado de 500 kg. O adulto pode esmagá-la ou, provavelmente, não conseguir segurá-la. A criança, conforme explica a médica, será jogada contra outros passageiros, contra o vidro dianteiro ou para fora do veículo.
A pediatra ressalta que o uso adequado dos equipamentos de retenção diminui o risco de morte em até 71% nas batidas. Estudos constataram também que o risco de uma criança morrer em um acidente quando sentada no banco de trás do veículo é 37% menor que no banco da frente. A melhor proteção para as crianças no carro é o uso de cadeiras e assentos de segurança. O cinto de segurança é projetado para um adulto com, no mínimo, 1,45m de altura, razão pela qual não protege as crianças dos traumas decorrentes de acidentes.