Museu da Loucura é reaberto

 

Foto:Alexandro Prenassi


O novo Museu da Loucura, pertencente ao Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena (CHPB), foi inaugurado hoje, 18 de dezembro, às 10h. O evento de reabertura contou com a presença de autoridades, como o secretário de Estado de Saúde, José Geraldo de Oliveira Prado, o presidente da Rede Fhemig, Antonio Carlos de Barros Martins, e a diretora do CHPB, Mônica Chartuni Teixeira. O local, famoso por abrigar um acervo que conta a história do primeiro hospital psiquiátrico de Minas Gerais, teve suas obras concluídas no início do mês, após passar por uma reestruturação que durou seis meses. O prédio, tombado pelo patrimônio histórico, foi completamente reformado, tornando-se mais moderno e acessível.

Para José Geraldo de Oliveira Prado, Minas Gerais está na vanguarda da saúde mental e é protagonista na reforma psiquiátrica no Estado: “Esta inauguração é emblemática, pois neste museu estão preservados fragmentos da memória de um passado, quando a internação era o tratamento. E hoje, mesmo que o momento seja melhor que no passado, ainda é necessário avançar. Com a implantação da Rede de Atenção Psicossocial, Minas trabalha o conceito da saúde mental além dos sintomas. Assim, está garantindo respeito aos direitos humanos, proporcionando autonomia e liberdade às pessoas” afirmou o secretário. Já segundo Antonio Carlos de Barros Martins, a revitalização do Museu da Loucura é um marco para a história da saúde mental no Estado: “Tudo foi feito com muito cuidado, por uma equipe especializada que respeitou a estrutura original do prédio”, ressaltou.

Esta é a segunda reforma pela qual o local passa desde que foi inaugurado, em agosto de 1996, por meio de uma parceria entre a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais e a Fundação Municipal de Cultura de Barbacena. “Todas as adequações foram realizadas preservando-se os moldes da arquitetura de uma época”, afirma a coordenadora do museu, Lucimar Pereira. “A revitalização do museu propicia a oportunidade de contar a história da evolução do tratamento dos portadores de transtornos mentais, além de pontuar o modelo assistencial vigente”, salienta a diretora Mônica Chartuni.

 

Foto:Alexandro Prenassi

 

REVITALIZAÇÃO DO ACERVO

O projeto de revitalização do Museu da Loucura, em processo de conclusão, inclui a ampliação e atualização do acervo, indo além da história do CHPB e mostrando a evolução da psiquiatria em Barbacena e em todo o Brasil. Uma comissão com representantes do CHPB, da sociedade civil e da Prefeitura Municipal de Barbacena foi formada. Os membros têm participado de pesquisas históricas para o desenvolvimento do projeto.

O grupo, presidido por Lucimar Pereira, conta também com a colaboração da analista de memória institucional do SESC, Vânia Matos de Souza, e do artista gráfico e vice-presidente da Agência de Desenvolvimento Integrado de Barbacena, Edson Brandão, que será responsável pelo projeto cenográfico. De acordo com Edson, a recuperação física do prédio era indispensável para a instalação do novo projeto: “Em 2016, o museu completa 20 anos, e a instituição já está preparada para a data”, diz o artista gráfico.

O Museu da Loucura recebe em média 1.100 visitantes por mês. Desde sua criação até os dias atuais, somam-se 131.156 visitantes registrados no livro de assinaturas. O acervo é constituído de textos, fotografias, documentos, objetos, equipamentos e instrumentação cirúrgica, que relatam a história do tratamento ao portador de sofrimento mental.