Quando deu entrada na Unidade de Emergência do Hospital Alberto Cavalcanti (HAC) com fortes dores no intestino, a empresária Neusa Mendes, de 65 anos de idade, não imaginava que a sua vida ia mudar tanto. Diagnosticada com câncer de intestino, ela foi submetida a uma cirurgia de urgência naquele mesmo dia. Dois meses depois, iniciou as sessões de quimioterapia no próprio hospital.
Ao se tornar paciente da Unidade de Quimioterapia (UQT) do HAC, da Rede Fhemig (referência estadual para o tratamento do câncer), Neusa Mendes passou a compor o grupo de quase quatro centenas de pessoas que, todos os meses, são atendidas pela UQT. Esse número representa um aumento de cerca de 30% da capacidade de atendimento da Unidade que, em apenas um ano, ampliou sua oferta de serviço em um terço, quando comparada aos dois anos anteriores. Tal cenário é decorrente do crescimento de 36% do número de primeiras consultas médicas em oncologia realizadas mensalmente (passaram de 22 para 30), bem como do incremento de 50% do quadro de profissionais da Unidade.
Uma grande quantidade de pacientes oncológicos, em algum momento do tratamento, será submetido à quimioterapia que tem, hoje, um papel significativo na cura e no controle dos principais tipos de tumores. Considerando o contexto nacional de demanda crescente por atendimento oncológico e as estatísticas oficiais que revelam que, somente neste ano, deve haver mais de 57 mil novos casos de câncer no Brasil (INCA), as mudanças experimentadas pela UQT do HAC refletem a clara necessidade de ampliação do serviço cujos protocolos mais comuns contam com um tempo de infusão superior a 6 horas.
Assim como Neusa Mendes, a técnica em saúde Valéria Domingos, de 46 anos de idade, faz uso do serviço de quimioterapia do HAC para tratar um câncer de mama. “Eu fui encaminhada para uma vaga que surgiu em janeiro. Se não houvesse o aumento das vagas, eu teria que ir para outro hospital. Adoro o atendimento que recebo, desde o primeiro dia, fui bem atendida” conta.
A ampliação da capacidade da UQT para absorver novos pacientes, iniciada no ano passado, terá um desdobramento neste ano com a adoção, no segundo semestre, de medidas para agilizar, ainda mais, o atendimento e melhorar a rotatividade da Unidade de Quimioterapia. Uma das principais ações é a aquisição de bombas infusoras descartáveis para os protocolos de infusão contínua de Fluorouracil (medicamento usado para impedir a disseminação de células cancerígenas). Com esse procedimento, será possível reduzir o tempo de permanência do paciente na UQT de 7 horas diárias para 3 horas e o restante da medicação será infundida em regime domiciliar através de bomba infusora portátil. A expectativa é que esse novo procedimento gere um crescimento inicial de mais 10% na admissão de novos pacientes na UQT.
Paralelamente às medidas para o aumento da capacidade de atendimento da UQT, outras ações reafirmam e consolidam o papel do Hospital Alberto Cavalcanti tais como a criação do Ambulatório de Cuidados Paliativos, a ampliação das Visitas Domiciliares, a criação do Ambulatório de Feridas Oncológicas e a sistematização das Consultas de Enfermagem para os pacientes em primeira vez de quimioterapia e radioterapia. “Esses processos que visam à melhoria da assistência prestada só é possível, porque contamos com uma equipe especializada e dedicada ao desenvolvimento do Serviço de Oncologia do HAC”, enfatiza a enfermeira cancerologista, referência técnica e coordenadora de enfermagem da cancerologia do HAC, Giselle Vaz.