Não brinque com a segurança, ao viajar no carnaval, redobre os cuidados com as crianças

 

Viajar de carro com crianças requer cuidados extras
Imagem: Internet/Reprodução
Viajar de carro com crianças requer cuidados extras

 

A três dias da semana do carnaval, a expectativa é que muitos carros deixem Belo Horizonte no próximo final de semana. Para garantir que a viagem seja bem sucedida, os cuidados rotineiros com a segurança dos automóveis são fundamentais. No entanto, famílias com crianças devem ter atenção redobrada. Principalmente em viagens de longa duração, os pequenos precisam de bastante zelo para que os passageiros possam chegar ao destino sem estresses desnecessários. Segundo a coordenadora do setor de pediatria do Hospital João XXIII, Eliane Souza, o ideal é programar, com antecedência, paradas de duas em duas horas.

Uma viagem com crianças deve ser bem planejada. A vistoria do carro numa oficina de confiança é primordial. Do mesmo modo, escolher bem o que será levado para alimentação e hidratação dos meninos e meninas também é importante. Além disso, é crucial verificar se eles estão bem protegidos durante o deslocamento, considerando que há um equipamento de segurança adequado para cada idade e peso.

Vítima de um acidente de trânsito em estrada, ocorrido no final do ano passado, o estudante Gabriel Costa, de sete anos de idade, teve traumatismo crânio-encefálico grave e fraturas nos membros superiores e inferiores.  O desastre aconteceu quando o motorista do táxi em que estava tentou fazer uma ultrapassagem proibida e bateu em um caminhão. Gabriel, que ocupava o banco traseiro, com o primo e a tia, não usava cinto nem nenhuma outra proteção. O motorista e o primo do estudante morreram. Lurdilene Costa, mãe de Gabriel, afirma que ele ainda não se recuperou do acidente e que tem medo de entrar em veículos: “nunca mais ele andará em um carro sem estar totalmente seguro”, garante.

Cadeirinhas

Os equipamentos de retenção infantil são acessórios que se apoiam nas regiões mais resistentes do corpo da criança e as protegem de ferimentos em caso de uma colisão. Bebês de até um ano de idade precisam ser transportados no bebê-conforto que deve ser instalado de costas para o banco do motorista. Depois dessa idade, a cadeirinha já pode ser usada, mas de frente para o condutor.

Quando a criança fica muito grande para usar a cadeirinha, mas ainda pequena para se sentar no banco, o assento de elevação, ou booster, é o equipamento adequado, considerando que é destinado a crianças maiores, acima de 16 quilos. Seu principal objetivo é fazer com que o cinto passe de maneira correta pelo corpo da criança (pelo meio do ombro, centro do peito e sobre os quadris). Ao passar de 1,45m de altura, ela já pode se sentar no banco traseiro e usar apenas o cinto, pois já consegue firmar os pés no chão.

 

Fragilidade

De acordo com Eliane de Souza, uma batida forte pode ser mais perigosa para uma criança do que para um adulto, devido à fragilidade de sua estrutura física. “São comuns em pessoas de menor faixa etária traumatismos cranianos e raquimedulares, lesões no abdômen, além de fraturas de membros”. Segundo a pediatra, dependendo da força da colisão, o cinto de segurança pode deixar machucados chamados de “tatuagem de cinto”, mas raramente provoca lesões mais graves: “Mesmo que a criança se lesione, as consequências serão infinitamente menores do que se ela estivesse sem o cinto”, ressalta.

Entretenimento

Para entreter os meninos e meninas durante a viagem e evitar choro, estresse e perguntas como “quanto tempo falta para chegar?”, podem ser instalados DVD's portáteis no veículo para eles assistirem a filmes infantis. Jogos para smartphones e tablets também podem ser uma boa ideia para as crianças maiores, mas não devem ser usados por muito tempo: “só pelo deslocamento do carro já há uma mudança de equilíbrio, portanto os games podem contribuir para que náuseas ocorram”, avisa Eliane. Outra sugestão são jogos de palavras e brincadeiras das quais toda a família pode participar.

Alimentação

Para uma viagem de carro com crianças, é interessante levar a comida de casa e tentar não se alimentar nas paradas de estrada. Eliane de Souza sugere que seja dada preferência a frutas de fácil digestão, como maçãs, peras, e bananas.  “Deve-se evitar alimentos com muito sal, como chips e salgadinhos, pois têm muito sódio e causam sede, além de possuírem gordura trans, o que pode causar mal estar”, explica a pediatra. Também não devem ser ingeridos alimentos com leite, como iogurtes, pois tendem a fermentar, o que pode gerar indigestões, vômitos e diarreia na criança. Quanto à hidratação, água e sucos naturais são as melhores opções, podendo ser oferecidos durante todo o trajeto. Refrigerantes também não são recomendados.