A partir do próximo mês, o Hospital João XXIII (HJXXIII), da Rede Fhemig, passa a ofertar as Residências Médicas em Toxicologia e Cirurgia Vascular que, ao lado das cinco já existentes no HPS, reafirmam a tradição do hospital como centro formador de mão de obra especializada primordialmente para o Sistema Único de Saúde (SUS). Com as novas residências, a Rede Fhemig soma 48 programas em 39 especialidades e consolida a sua posição como maior instituição não acadêmica a formar residentes no Estado de Minas Gerais.
Considerando o contexto da toxicologia no Brasil, em torno de quatro hospitais reúnem condições para oferecer uma residência na área. Desse grupo, a Unidade de Toxicologia do HJXXIII saiu na frente e será a primeira do país. O programa do HPS terá a missão de suprir a demanda por profissionais especializados na área, haja vista que muitos dos que hoje atuam no setor, em diferentes regiões do país, não têm conhecimento técnico suficiente, dada à inexistência, até então, de uma pós-graduação em toxicologia. “A residência representa um marco para a Unidade de Toxicologia, de tal modo que será possível estabelecer um cenário de antes e depois de sua implantação”, assegura o coordenador da Unidade de Toxicologia e do Centro de Informação e Assistência Toxicológica do HJXXIII, Délio Campolina.
O programa de Residência em Toxicologia é fruto do amadurecimento e do alto nível técnico alcançado pela Unidade de Toxicologia e pelo Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIAT), do Hospital João XXIII, que atendem demandas de todo o estado. Assim, a especialização em toxicologia adquire um papel fundamental para a disseminação do conhecimento e para a ampliação da presença dos centros de toxicologia nos municípios mineiros.
De acordo com o médico Délio Campolina, a redução do encaminhamento de casos menos graves para o CIAT do HPS já é observada há alguns anos. Essa diminuição está diretamente relacionada ao programa de estágio desenvolvido pela Unidade que, a cada ano, recebe mais de 100 acadêmicos de medicina de diversas instituições de ensino. “Eles são agentes multiplicadores. O número absoluto de atendimentos não aumentou tanto em razão da atuação desses acadêmicos”, pondera.
No médio e longo prazos, a residência em toxicologia irá possibilitar a formação de profissionais que, futuramente, poderão instituir núcleos ou centros de toxicologia, o que permitirá a expansão do conhecimento na área. Com a maior distribuição dos centros ou núcleos pelas diversas regiões do Estado, será possível evitar que os pacientes percam um tempo precioso com grandes deslocamentos, o que pode representar a diferença entre vida e morte, haja vista o grande número de ocorrências que envolvem exposições tóxicas tais como abuso de drogas, acidentes com animais peçonhentos, entre outros.
O coordenador do Programa de Residência Médica em Cirurgia Vascular do HPS, Gustavo Kleinsorge, ressalta que o Serviço de Cirurgia Vascular do Hospital João XXIII experimentou, ao longo dos últimos 15 anos, um significativo amadurecimento que teve início com a incorporação de novas tecnologias reunindo, assim, condições favoráveis para a formação de cirurgiões.
Um dos grandes diferenciais do HJXXIII é o número de atendimentos de casos de trauma vascular significativamente maior que o das outras instituições. Embora esse tipo de trauma seja bastante comum, é difícil tratá-lo devido à sua alta complexidade. A expertise do hospital na assistência ao paciente politraumatizado e a sua posição como maior hospital de trauma da América Latina o qualifica para a oferta da residência, além de permitir a disseminação de um conhecimento de alto nível nesse campo.
Em 2013, sob a coordenação do médico Gustavo Kleinsorge, a equipe de cirurgia vascular do HJXXIII desenvolveu um banco de dados com informações sobre os casos atendidos, criando-se, assim, um amplo acervo de casuísticas que irá permitir a elaboração de estudos e pesquisas sobre a temática. “É nossa intenção transformar o HPS em uma escola de cirurgia vascular, além de um centro fomentador da produção científica, de modo a agregar valor à vocação de hospital de ensino do HJXXIII”, planeja Kleinsorge.
Para o presidente da Rede Fhemig, Antonio Carlos de Barros Martins, a oferta das duas novas residências sublinha o importante papel que a instituição exerce, através dos seus vários hospitais, e, principalmente, da atuação do seu quadro de profissionais altamente qualificados. O presidente salienta ainda que, atualmente, a Fhemig figura como um núcleo de aprimoramento dos serviços públicos de saúde, não somente em Minas Gerais, como também no país, em decorrência da sua ação de pioneirismo em diversas áreas, a exemplo da Unidade de Toxicologia que entrará para a história como a precursora na formação de especialistas.