Casas de Saúde da Rede Fhemig são referência no trato aos ex-hansenianos
Fachada histórica da antiga "colônia", atual Casa de Saúde Santa Izabel
A Rede Fhemig conta com quatro ex-colônias de hanseníase (Casa de Saúde Santa Izabel, Casa de Saúde Padre Damião, Casa de Saúde Santa Fé e Casa de Saúde São Francisco de Assis) que, com o passar dos anos, transformaram-se em modernos centros de reabilitação e cuidado ao idoso, além de oferecerem atendimento à população em geral, em diversas especialidades médicas.
A mais antiga das ex-colônias de hanseníase do Estado, a Casa de Saúde Santa Izabel, inaugurada em 1931, está localizada em Betim (40 km de Belo Horizonte) e faz parte do Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Paraopeba. A unidade oferece atendimento ambulatorial nas especialidades de dermatologia, oftalmologia, cardiologia, ortopedia, ginecologia, hansenologia, odontologia e cirurgia geral e plástica.
História
À época da inauguração da Colônia Santa Izabel (como era chamada), ainda sem um tratamento efetivo para a hanseníase, que é transmitida pelas vias aéreas, poucas pessoas se habilitavam em trabalhar no local. “Todas as portas eram trancadas com correntes e constantemente vigiadas. Tudo para garantir o isolamento desses pacientes”, conta o coordenador do Núcleo de Ensino e Pesquisa (NEP) da unidade, Marco Túlio de Freitas Ribeiro.
Apesar disso, os hansenianos levavam uma vida normal. Quem tinha condições físicas podia trabalhar, praticar esportes e realizar atividades culturais. Os moradores do local tinham acesso a sessões de cinema, festivais de teatro e bailes aos sábados e domingos.
Panorama atual
Nos dias de hoje, a doença pode ser tratada ambulatorialmente, por meio da poliquimioterapia, sem necessidade de isolamento. No entanto, muitos hansenianos das antigas colônias optaram por continuar vivendo nesses locais, já que haviam constituído família e possuíam uma vida já estabelecida nesses espaços.
Com isso, essas unidades deixaram de receber internos e passaram a cuidar daqueles que ali envelheciam. “Muitas pessoas que tiveram a hanseníase no passado ficaram com sequelas e, por esse motivo, as antigas colônias deram lugar aos centros de reabilitação e cuidado ao idoso”, explica Marco Túlio, fazendo referência ao momento em que essas unidades foram incorporadas à Rede Fhemig.