Prevenção a acidentes nas estradas começa no combate à imprudência no trânsito


Acidentes em estradas são responsáveis pela maioria dos traumas
Foto: Internet
Cuidados antes mesmo de pegar a estrada são importantes para prevenir acidentes durante as viagens de férias

 

Com a chegada das férias, o número de veículos nas estradas aumenta, assim como os riscos de acidentes. Todos os anos, o Hospital João XXIII (HJXXIII) atende diversos casos de traumas e fraturas em decorrência de acidentes nas estradas. Só no ano passado, foram 11.097 atendimentos desse tipo. Em 2012, o total foi de 11.117 casos.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, 90% dos acidentes de trânsito são causados por falha humana, 6% são por questões relacionadas às condições das estradas e 4% por falhas mecânicas. A imprudência - especialmente o excesso de velocidade aliado à execução de manobras perigosas - ainda está entre os principais motivos de acidentes nas estradas.

Paulo Roberto Carreiro, cirurgião do HJXXIII, explica que quanto maior a velocidade, mais graves costumam ser as lesões causadas pela batida. “O acidente na estrada tende a ser mais grave por conta da velocidade média ser mais alta. No momento do impacto, essa velocidade se converte em energia a ser transmitida para o corpo do ocupante do veículo. E é justamente a quantidade de energia transferida que vai determinar a gravidade dos ferimentos”, explica.

Lesões mais recorrentes

Carreiro esclarece que o tipo de lesão decorrente de acidentes com veículos automotores é muito variável, mas destaca os traumatismos cranioencefálicos (TCE), fraturas múltiplas, incluindo as da coluna vertebral, além de traumatismos abdominais e torácicos. “São pacientes que, muitas das vezes, evoluem para óbito ou passam por internações prolongadas no CTI. Podemos afirmar que, nas primeiras 24 horas após o trauma, 80% das mortes precoces são causadas por hemorragias externas ou internas. Já a maioria dos casos de óbito após semanas de internação costumam se dar, principalmente, com pacientes com quadro de TCE que costumam ser vítimas de complicações como falências múltipla de órgãos”, pontua o médico.

As sequelas de traumas graves também variam, podendo ir de uma incapacidade para realizar determinado movimento até sequelas neurológicas sérias de cognição e raciocínio, tetra e paraplegia, coma ou mesmo estado vegetativo.

Experiência

A família da dona de casa Priscila Araújo dos Santos saiu de Pernambuco no dia 6 de janeiro deste ano rumo a São Paulo, onde vivem. No dia 8, quando passavam pelo km 30 da BR-381, o marido perdeu o controle do carro devido a um buraco e a presença de óleo no asfalto. O veículo rodou e bateu no carro que vinha no outro sentido da pista. “Eu desmaiei na hora. Meu filho de 2 anos – que estava no banco de trás comigo -  e meu marido não tiveram nada. Já o meu filho mais velho teve corte na cabeça e fraturou o fêmur”, relata.

A dona de casa conta que, durante o trajeto, observou diversas cenas de imprudência no trânsito. “Vimos vários motoristas se arriscando em ultrapassagens perigosas, inclusive caminhões. Atitudes que colocam em risco não só a própria vida, mas a de outras pessoas”, disse.

Cuidados

- Realize manutenção preventiva do veículo antes de viajar;
- Não dirija em alta velocidade;
- Jamais dirija sob efeito de álcool;
- Mantenha a distância segura em relação ao veículo da frente;
- Não realize ultrapassagem à direita;
- Use cinto de segurança;
- Crianças devem ser transportadas com a utilização de equipamentos de segurança adequados à idade, peso e altura.
- Objetos e bagagens devem ser transportados no porta-malas. Em uma colisão, o objeto solto pode ser arremessado no interior do veículo e seu peso é multiplicado por 50 vezes, ou mais, dependendo da velocidade.