Dia Mundial do Coração alerta a sociedade para o perigo das doenças cardiovasculares


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Ontem, 29 de setembro, foi comemorado o Dia Mundial do Coração, data estabelecida com o objetivo de chamar a atenção da sociedade para o perigo das doenças cardiovasculares, que afetam o coração e as artérias, e orientá-la quanto aos benefícios de uma vida saudável. De acordo com o Ministério da Saúde, o infarto do miocárdio e o acidente vascular encefálico são as duas causas que mais matam no Brasil, tanto homens quanto mulheres – somadas, são quase 40% das mortes no país.

Entre os principais fatores de risco para o surgimento destes males, como o infarto, acidentes vasculares encefálicos, e as isquemias, estão a hipertensão, o tabagismo, o diabetes, o colesterol alto, a obesidade e o sedentarismo, que contribuem para a má circulação sanguínea, e consequentes patologias no coração, além do fator genético, que também é de extrema importância.

A principal característica das doenças cardiovasculares é a presença da aterosclerose, acúmulo de gordura ao longo dos anos nas artérias que impede a passagem do sangue. “Estas placas de gordura são basicamente compostas pelo colesterol LDL, que somadas a fatores inflamatórios, levam a problemas como o infarto”, explica a cardiologista Mariana Magalhães.

Infarto

Sem a irrigação do sangue, o coração fica sem receber nutrientes e oxigênio, o que causa a necrose de uma parte do músculo, levando ao chamado infarto do miocárdio. De acordo com Mariana Magalhães, os sintomas típicos de um indivíduo que está sofrendo um infarto são dores torácicas ou retroesternais, queimação no peito (que pode irradiar para região dorsal do tórax, membros superiores esquerdos e região mandibular), sudorese e náuseas.

As manifestações do infarto na mulher podem ser diferentes, já que se enquadram com maior frequência nos sintomas atípicos, como dor em região epigástrica, mal estar, cansaço e dor torácica em pontada. O cardiologista Ricardo Simões, coordenador da Clínica Médica do Hospital Alberto Cavalcanti, da Rede Fhemig, atenta também para as peculiaridades dos sintomas nos diabéticos: “a sensação dolorosa nestas pessoas pode nem ser percebida, mas a falta de ar progressiva e fraqueza são as queixas mais frequentes”, ressalta o médico.

Normalmente o infarto acontece durante a madrugada ou inicio da manhã, devido ao ciclo circadiano, ou seja, momento onde há aumento da produção de hormônios (agentes inflamatórios). Apos os exercícios também é comum a ocorrência, pois há aumento do trabalho cardíaco.

Tempo de atendimento

Em caso de infarto grave, o tempo ideal de atendimento para evitar maiores danos é de 60 a 90 minutos – desse modo, há boas chances de que grande parte da musculatura afetada do coração possa ser recuperar. “Cada minuto após o evento é de extrema importância, o que leva a uma necessidade de atendimento emergencial, e por isso falamos em cardiologia que ‘tempo é músculo’ “, afirma Ricardo Simões. Caso se passem mais de 6 horas da ocorrência do infarto, as células perdidas já não podem mais se regenerar.

Consequências

Quando uma pessoa sofre um infarto e perde parte da musculatura do coração, o órgão continua a suprir as necessidades do organismo; porém, se houver uma situação em que o corpo exija uma maior demanda de oxigênio, como durante uma forte emoção ou mesmo a atividade física, o músculo não irá funcionar adequadamente, já que terá perdido sua “reserva”. Isso pode fazer com que o indivíduo sofra de cansaço excessivo, insuficiência respiratória e até mesmo tenha uma parada cardíaca.


Segundo Mariana Magalhães, também há a possibilidade de o paciente iniciar um quadro depressivo ou de ansiedade: “o infarto pode causar muitas consequências na vida de uma pessoa, e por isso ela deve ser bem orientada quanto às mudanças necessárias no seu estilo de vida”, afirma a cardiologista.

 

Precauções


Uma boa alimentação (dieta à base de legumes, verduras, peixes, azeite, etc), redução do consumo de sal, diminuição da ingestão de bebidas alcoólicas, controle do peso e realização de atividade física (sempre monitorada) são consideradas medidas primárias para a prevenção de doenças cardíacas.


Já como medida secundária, é primordial a realização de avaliação cardiológica, composta por exames como o teste ergométrico, o eletrocardiograma e o ecocardiograma. Se feito precocemente, o check-up pode evitar a ocorrência de doenças do coração nos dois sexos. No caso dos homens com histórico familiar de problemas cardíacos, é interessante iniciar a avaliação por volta dos 30 anos. Já indivíduos sem familiares com doenças cardiovasculares podem iniciar o check-up depois dos 35. Nas mulheres, o risco de ataques cardíacos é maior após a menopausa. “Não podemos esquecer que cada paciente é único, e deve ser avaliado individualmente”, avisa Mariana.


Dicas para prevenir doenças cardíacas desde cedo:

•    Controlar o colesterol sanguíneo;

•    Prevenir e controlar a diabetes;

•    Prevenir e controlar a hipertensão (pressão alta);

•    Não fumar;

•    Ingerir álcool com moderação;

•    Manter um peso saudável;

•    Praticar exercícios físicos regularmente;

•    Adotar uma dieta saudável.