Doenças crônicas da terceira idade contribuem para quedas da própria altura

 

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Com o aumento da expectativa de vida e o consequente envelhecimento da população, é natural que as quedas de idosos também sejam mais numerosas. No Hospital João XXIII, da Rede Fhemig, de janeiro julho de 2013, foram 675 atendimentos a idosos acima de 70 anos vítimas de quedas da própria altura, sendo 429 mulheres. Este número é inferior apenas ao de quedas de crianças menores de 12 anos.

 

O próprio avançar da idade já contribui para a perda de equilíbrio e de força muscular, o que associado a uma multimedicação, faz aumentar as chances de a pessoa cair: “o idoso normalmente toma remédio para pressão, diabetes, coração, e uma grande parte desses medicamentos pode causar tonturas e queda de pressão, o que predispõe a uma alteração no equilíbrio, levando a quedas”, afirma a clínica geral e gerente assistencial do HJXXIII Vânia Tannure. De acordo com pesquisas, no Brasil cerca de 30% dos idosos caem ao menos uma vez por ano, e destes, de 5% a 10% sofrem lesões severas.

Segundo Tannure, é primordial o cuidado com a saúde desde cedo, já que as enfermidades típicas da idade, como labirintite, problemas renais e hipertensão são praticamente inevitáveis. Alimentar-se de maneira saudável, não fumar, evitar álcool e fazer o controle correto dos problemas de saúde é uma forma de prolongar a vida e impedir que as doenças evoluam a estágios mais graves: “realizar o tratamento correto das doenças é fundamental, pois impede que a pessoa se torne sintomática, e são estes sintomas que podem facilitar as quedas”, explica a médica. Caminhadas e alongamentos são exercícios democráticos, que pessoas de todas as idades podem fazer, impondo seu ritmo dentro de suas possibilidades. Já as atividades em grupo estimulam a socialização e a integração dos participantes, o que diminui sentimentos de solidão e depressão.

Traumas

As lesões mais comuns sofridas por idosos em quedas de altura são as fraturas do fêmur, do punho, traumas de tórax e traumatismo craniano. As fraturas proximais de fêmur são as mais temíveis, e segundo a Associação Americana de Ortopedia, aproximadamente 30% dos pacientes com esse tipo de lesão, mesmo quando tratada adequadamente, não conseguem voltar às atividades normais que realizavam antes do incidente.

Além disso, fraturas simples podem acabar se agravando por causa de uma osteoporose não tratada corretamente - neste caso, uma leve torção ou esforço físico podem levar a uma lesão. De acordo com Vânia Tannure, estes traumas podem desencadear em outras doenças, principalmente as respiratórias, como pneumonia e embolia pulmonar, pelo fato de o idoso ter que ficar imobilizado, sem poder se movimentar.

Primeiros socorros

Caso a pessoa idosa sofra uma queda, o familiar ou acompanhante deve pedir que ela movimente os membros e verificar qualquer reclamação: “se houver qualquer resposta positiva de dor, dificuldade de movimentação, dor no tórax, movimentação no pescoço, o idoso deve se manter deitado e aguardar pelo atendimento pré-hospitalar”, avisa a gerente assistencial do HJXXIII.

Medo de nova queda

Eleonor Pacheco, de 89 anos, sofreu há alguns anos uma grave queda durante uma crise de labirintite, quando descia as escadas na portaria do prédio onde morava. A dona de casa bateu a cabeça na mureta e desmaiou, mas foi levada de volta ao apartamento por vizinhos e quando acordou, recusou-se a ir ao hospital. Porém, ao se passarem cinco dias e a dor de cabeça permanecer, Eleonor foi ao médico, e após uma tomografia, foi constatado um coágulo no local. A idosa teve que passar por uma cirurgia de urgência, que foi bem sucedida. Hoje, ela não faz mais as atividades de antigamente: “tenho muito medo de cair novamente, não saio caminhando mais por aí como antes. Costumava fazer as tarefas de casa, mas hoje só cozinho, que é algo que adoro”, conta Eleonor.

Cuidados em casa

O local onde ocorre a maioria das quedas de altura de pessoas mais velhas é a sua própria casa. Portanto, é importante ficar atento a alguns detalhes que podem evitar este tipo de acidente: