Em seu primeiro mês de funcionamento, a suíte de parto normal da Maternidade Odete Valadares (MOV), da Rede Fhemig, realizou 20 partos de risco habitual. Este número representa o alto grau de desenvolvimento do serviço ao efetuar, com um único quarto PPP (pré-parto, parto e puerpério ou pós-parto), metade dos 40 partos mensais preconizados pelo Ministério da Saúde, para um número de suítes entre três e cinco vezes maior, na modalidade intra-hospitalar.
A manicure Josiele Neves, de 23 anos de idade, teve o seu segundo filho na suíte de parto normal da MOV. Segundo ela, em apenas dois dias estava totalmente recuperada. Esta é apenas uma das vantagens do parto natural, que também traz como benefícios a redução dos riscos de infecção hospitalar e a menor incidência de desconforto respiratório do recém-nascido, dentre outros. “Prefiro 100% o parto normal. Nunca fui tão bem tratada. O ambiente do quarto é muito bom. Os profissionais que me atenderam são excelentes”, ressalta Josiele.
A ambiência agradável, acolhedora e humanizada do espaço, citada pela usuária, é resultado da adoção de técnicas alternativas para o controle da dor (como a presença de doula e o uso de bola suíça, destinada à prática de exercícios físicos), além da presença de condições adequadas para os acompanhantes.
Estruturada com base nos pressupostos do parto humanizado, a suíte de parto natural permite que as mulheres fiquem em íntimo contato com os bebês, assim como possam amamentá-los logo nas primeiras horas após o nascimento.
Para melhor dimensionar a importância do parto normal, apenas no ano passado, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), foram realizados 1.123.739 partos normais e 753.766 cesáreas. Atualmente, 63,2% de todos os partos realizados pelo SUS são normais. Considerando-se o aspecto financeiro (procedimento médico e diárias), o parto natural custa, em média, R$669,47, enquanto a cirurgia cesariana equivale a R$817,81 (em média).
De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil, é disseminada a crença de que, após se submeter a uma cesárea, a mulher fica impossibilitada de ter um parto normal. Trata-se de um mito, uma vez que existem estudos científicos que comprovam a possibilidade da realização do parto normal, nesta circunstância. De todo modo, o que não é recomendável é a indução do parto.
A suíte de parto normal da Maternidade Odete Valadares se insere no contexto das “Boas Práticas Obstétrica e em Neonatologia” que conta com coordenadores de diversos setores da Maternidade (Grupo Estratégico). A cada semana, o grupo se reúne com apoiadores da Rede Cegonha (rede de cuidados que assegura às mulheres o direito ao planejamento reprodutivo, à atenção humanizada à gravidez, parto e puerpério e às crianças o direito ao nascimento seguro, crescimento e desenvolvimento saudáveis) para a proposição e o acompanhamento de diversos projetos, como é o caso da suíte de parto natural.