Junto com a chegada do outono, que teve início no dia 20 deste mês, aparecem também diversas doenças respiratórias, trazidas por diferentes vírus.
Com as temperaturas mais baixas, os corpos ficam mais vulneráveis e isso contribui para a fácil contaminação; outro fator que colabora para as circunstâncias são as crianças que, mais susceptíveis, são infectadas, e assim, acabam transmitindo as doenças para outras pessoas, gerando uma epidemia.
Segundo dados da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), o índice de problemas respiratórios aumenta em 40% nesta época, assim como o número de atendimentos nos centros de saúde.
Neste período, são muito comuns as IVAS’s (infecções de vias áreas superiores), como a faringite e a laringite, além das conhecidas gripes. Pneumonias virais e bronquites também são corriqueiras, principalmente em crianças. Nos menores de dois anos, pode surgir a bronquiolite, que é a inflamação de toda a árvore respiratória, incluindo os bronquíolos. Com insuficiência respiratória, muitas crianças que apresentam esse quadro vão para o CTI e precisam de oxigenação artificial e internação.
Segundo Helena Maciel, pediatra e diretora do Hospital Infantil João Paulo II, da Rede Fhemig, a bronquiolite costuma ser o caso mais preocupante para os médicos onde trabalha. “Os outros quadros, geralmente, não demandam muitos leitos. As crianças chegam com febre, são medicadas quando precisam e vão embora. No caso da bronquiolite, não é assim”, explica ela.
Gripes e resfriados também aparecem com frequência a partir do outono, e muitas vezes seus sintomas são confundidos. Ambos os males são virais, porém, são causados por vírus distintos. “A gripe vem acompanhada de febre alta, dor no corpo, perda de apetite, enfim, um estado de comprometimento geral do enfermo. Já com o resfriado, o doente mostra um quadro mais leve e secreções em menor quantidade”, esclarece Helena Maciel.
Com a inflamação das vias aéreas, causada pelos vírus respiratórios, acontece a baixa da defesa do organismo que se torna propício a infecções secundárias, como otites, sinusites e pneumonias que também surgem como consequência das infecções virais.
Segundo a pediatra Helena Maciel, os maiores grupos de risco para as doenças respiratórias causadas por vírus são as crianças, que ainda têm pouca imunidade, e os idosos, que além de já possuírem uma queda da defesa do organismo, também tendem a apresentar outras complicações quando adoecem.
O Hospital Infantil João Paulo II, referência no atendimento a crianças com esse tipo de problema, faz um acompanhamento semanal das doenças respiratórias no local. De acordo com Helena Maciel, nesta época observa-se uma mudança nos casos atendidos. “O hospital passa a não receber tantas crianças com quadros de vômitos e diarreias, doenças mais comuns no calor. Em contrapartida, há um aumento das doenças e infecções respiratórias virais”, diz a diretora.
A melhor forma para evitar as gripes são as vacinas. Para as outras doenças, vale a prevenção. No caso dos bebês, uma boa alternativa é oferecer a amamentação no seio pelo maior tempo possível, pois o leite materno aumenta a defesa do organismo. Já para os maiores, é importante manter uma alimentação saudável e balanceada, composta por frutas, verduras, carnes, leite e outras proteínas.
Se a pessoa já apresentar os sintomas de uma doença respiratória, a hidratação intensa é primordial. É importante também não expor as crianças em locais cheios e fechados, como cultos e igrejas, para que não ocorra a contaminação da moléstia. Nas salas de aula, é importante deixar as janelas abertas, mantendo o local ventilado.
Em se tratando de frutas da estação, Ivânia cita algumas que podem ser benéficas para a proteção do organismo, em especial as ricas em vitamina C, que ajuda a proteger contra doenças respiratórias e auxilia na construção do colágeno, considerando que a pele tende a ficar mais ressecada nesse período.
-Abacate: Contém gordura monoinsaturada que é boa para o coração e para o colesterol;
-Banana: Possui potássio e previne fadigas, inchações, câimbras e dores musculares;
-Goiaba, laranja e tangerina: são ricas em vitaminas A e C
Outros alimentos ricos em nutrientes são a berinjela (possui antocianina, poderoso antioxidante que previne doenças, além das vitaminas B e C), batata doce, abobrinha, agrião e almeirão (fonte de cálcio, fósforo, vitaminas A e B2).