Troca de experiências entre pacientes com câncer de mama contribui para o enfrentamento da doença
A aposentada Efigênia Coelho, de 85 anos de idade, e a vendedora Elza Coutinho, de 59 anos, têm em comum o fato de terem sido diagnosticadas com câncer de mama em 2009. Usuárias do SUS, elas foram encaminhadas para o Hospital Alberto Cavalcanti (HAC), da Rede Fhemig, referência estadual no tratamento do câncer.
As pacientes relatam que o início do tratamento foi difícil em razão do fato de se depararem com a possibilidade da perda da mama e de terem de conviver, diariamente, com o medo de morrer em decorrência da doença. Ao longo do tratamento, ambas experimentaram uma mudança significativa na forma como encaravam a enfermidade. A mudança de paradigma deveu-se às informações recebidas durante o tratamento, aliada à evolução satisfatória do seu quadro de saúde.
“Tem gente que esconde a doença, mas é preciso acreditar na cura, ter muita fé, primeiro em Deus, depois nos médicos. Hoje eu levo outra vida, me divirto muito, viajo muito porque é preciso enfrentar a doença de forma positiva”, revela Efigênia Coelho. Apesar de ter sido necessário a mastectomia do seio esquerdo, Efigênia não se desesperou com a perda da mama, pois tinha segurança de que o tratamento realizado no HAC iria permitir que ela permanecesse viva e ativa. “Hoje eu me sinto realizada, pois levo uma vida boa. Sou muito agradecida a toda a equipe do hospital”, salienta.
Histórias como as de Efigênia e Elza não são exceção. A transição entre o desespero e a esperança dos pacientes é vivenciada cotidianamente pelos profissionais do HAC em sua rotina assistencial. Neste contexto, a troca de experiências entre as pacientes adquire um significativo caráter terapêutico, pois o relato de uma serve de apoio para a outra, haja vista a convivência de pacientes com diversos graus de desenvolvimento da doença.
Diante deste cenário, e em comemoração ao “Outubro Rosa”, o Hospital Alberto Cavalcanti promoveu, na primeira semana de outubro, uma conversa informal entre a equipe multidisciplinar de mastologia do hospital e as pacientes acometidas pelo câncer de mama, com o objetivo de disseminar a cultura do diálogo e da troca de experiências, a fim de desconstruir os estigmas que ainda hoje cercam o câncer e que contribuem para o estabelecimento de traumas psicológicos, perda da autoestima e sentimentos de culpa. O bate-papo aconteceu durante um café da manhã oferecido especialmente para celebrar a ocasião.
A diretora do hospital, Dalze Lohner, salientou que a informação é um ingrediente essencial na luta contra o câncer, na medida em que cria condições para que a prevenção da doença seja incorporada ao cotidiano das mulheres. De acordo com a coordenadora da equipe de mastologia, Claudia Avelar, “as pacientes têm um acolhimento muito grande no hospital. São realizadas reuniões científicas multidisciplinares semanais para a discussão do caso de cada paciente atendida. Buscamos mostrar a importância de encarar a doença de forma positiva”, pontua a coordenadora.
Relatório do Instituto Internacional de Pesquisa da Prevenção (World Breast Cancer Report 2012) estima que, até o final de 2012, em todo o planeta, haverá cerca de 1,6 milhão de novos casos de câncer de mama.
A incidência da doença cresce em todo o globo, particularmente em mulheres, e já pode ser considerada uma "pandemia" com grande impacto sobre a saúde pública. O câncer de mama é a quinta causa de morte por câncer em geral. No Brasil, depois dos tumores de pele não melanoma, o câncer de mama também é o mais incidente em mulheres, com exceção da região Norte.
O movimento popular internacionalmente conhecido como Outubro Rosa é comemorado em todo o mundo. O nome remete à cor do laço rosa que simboliza, mundialmente, a luta contra o câncer de mama e estimula a participação da população, empresas e entidades. Este movimento começou nos Estados Unidos, onde vários Estados tinham ações isoladas referentes ao câncer de mama e ou mamografia no mês de outubro, posteriormente, com a aprovação do Congresso Americano o mês de Outubro se tornou o mês nacional (americano) de prevenção do câncer de mama.
A ação de iluminar de rosa monumentos, prédios públicos, pontes, teatros etc surgiu posteriormente, e não há uma informação oficial, de como, quando e onde foi efetuada a primeira iluminação. O importante é que foi uma forma prática para que o Outubro Rosa tivesse uma expansão cada vez mais abrangente para a população e que, principalmente, pudesse ser replicada em qualquer lugar, bastando apenas adequar a iluminação já existente.