A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) anunciou nesta segunda-feira, 25, a criação de 10 unidades de OPOs (Organizações de Procura de Órgãos e Tecidos), que irão atuar diretamente no auxílio ao Complexo MG Transplantes, que integra a Rede Fhemig.
O processo de doações de órgãos no Estado, que vem crescendo e salvando vidas consideravelmente, funciona por meio de seis CNCDOs (Centrais de Notificação e Distribuição de Órgãos e Tecidos), que agora passaram a contar com mais 10 unidades de OPOs. Além de uma equipe de profissionais, carros com motoristas e cinco aeronaves do Governo já estão disponibilizados para a captação e o transporte de pacientes e órgãos.
Estas OPOs, por sua vez, terão o objetivo de captar um número maior de doações, além de agilizar e humanizar o processo de doação e transplante, que só em 2011, chegou a beneficiar cerca de 500 mil pacientes em todo o país. Cerca de 90% das cirurgias de transplante foram custeadas pelo sistema público de saúde.
Participaram do lançamento do projeto, o secretário de Estado de Saúde, Antônio Jorge de Souza Marques, o coordenador do Sistema Nacional de transplantes, Heder Murari Borba, o presidente da Rede Fhemig, Antônio Carlos de Barros Martins, o diretor do Complexo MG Transplante, Charles Simão Filho, o secretário Municipal de Saúde de Betim, Pedro de Oliveira Pinto, dentre outras autoridades.
De acordo com secretário de Saúde, Antônio Jorge, as unidades operacionais (OPOs) foram criadas inicialmente em dez macro-cidades, levando em consideração a população de cada região, o número de hospitais, o número de leitos de UTI e a própria regionalização, segundo o PDR (Plano Diretor de Regionalização) adotado pela SES. “As cidades que receberão as Organizações de Procura foram selecionadas com o intuito de suprir vazios assistenciais maiores, possibilitando traçar um novo panorama para a realização de transplantes no Estado, por meio da assistência integrada e qualificada”, disse o Secretário.
Como o próprio nome diz, as Organizações de Procura de Órgãos e Tecidos (OPOs), funcionam como uma unidade de busca que, ladeadas pelas Centrais de Notificação e pelas Comissões Intra-hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos (CIHDOTT) já existentes, objetivam aumentar o volume de órgãos transplantados. Tais Unidades são caracterizadas pela atuação pontual, na qual cada OPO torna-se responsável por um grupo de hospitais regionais pré-selecionados, buscando aumentar e otimizar o processo de captação de doações, bem como efetivar e sensibilizar o número de doadores em cada hospital.
Para a criação das OPOs foram investidos, pelo Ministério da Saúde, mais de R$ 200 mil reais, sendo R$ 20 mil reais destinados para a construção física de cada unidade, e mais R$ 20mil repassados mensalmente para o custeio das atividades. Cada Organização de Procura de Órgãos contará com dois médicos, cinco enfermeiros e um administrador, que após capacitação, atuarão em conjunto com cada equipe hospitalar nos serviços de coleta e transplantes.
Com um dos maiores programas públicos de saúde do mundo, o Brasil figura entre os países que mais realizam, em números absolutos, transplantes de órgãos e tecidos. Em Minas Gerais existem 36 instituições habilitadas para a realização de busca ativa e captação de órgãos, além de 54 instituições habilitadas para a realização de transplantes. De 2006 a 2012, o quadro de evolução das doações de órgão múltiplos no Estado, saltou de 3% para 12%, segundo dados divulgados pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT). Com relação ao aumento das doações de órgãos e tecidos nos últimos anos, Minas sai na frente de estados como Rio de Janeiro, Paraná e Distrito Federal, até então classificados com os maiores detentores de índices de doação de órgãos.
Após a instalação das OPOs, os processos de adesão, informação ao paciente, agilidade e ampliação das notificações serão reformulados a fim de que o ato da doar órgãos seja encorajado cada vez mais em toda a sociedade. “Atualmente existe uma fila de espera para transplante de córnea equivalente a 300 pessoas. Num passado não muito distante, essa fila chegava à marca de 1.500 pacientes. A melhora no quadro é uma realidade alcançada pelo sistema de saúde pública, que pretende, em até oito meses, atender a todos os pacientes, avançando e qualificando cada vez mais as doações”, declarou Antônio Jorge.
De acordo com o coordenador do Sistema Nacional de transplantes, Heder Murari Borba, as novas políticas públicas adotadas com o objetivo de fortalecer e aprimorar o Sistema Nacional de Transplantes (SNT) buscam traçar, em todo o pais, um novo panorama no que diz respeito aos transplantes de órgãos e tecidos e ressaltar a atuação da população nessa nova perspectiva. “Estamos melhorando a assistência e a informação sobre os procedimentos de transplante para toda a sociedade. Contudo, faz-se necessário que as pessoas estejam dispostas a atuarem em prol dos demais. Para que a doação ocorra, basta que o paciente comunique junto a sua família sobre a concessão de órgãos. Um gesto nobre e enaltecedor que salva milhares de vidas todos os anos”, finalizou.
As dez Organizações de Procura estão sendo instaladas nos hospitais João XXIII, Risoleta Neves, Hospital Municipal de Betim, nas cidades de Montes Claros, Governador Valadares, Juiz de Fora, Pouso Alegre, Ipatinga, Uberaba e Uberlândia. Numa segunda etapa serão instaladas unidades em Divinópolis, Sete Lagoas, Patos de Minas, Barbacena, Teófilo Otoni, Varginha e Alfenas.
Fonte: Secretaria de Estado de Saúde, com informações da Fhemig