Cooperação entre equipes médicas dos hospitais Alberto Cavalcanti e Júlia Kubitschek reduz em 70% o tempo de espera entre procedimentos

Cooperação entre equipes médicas
Foto: Divulgação/ACS

 

Um modelo inovador de assistência que tem como base a cooperação entre as equipes médicas dos Hospitais Alberto Cavalcanti (HAC) e Júlia Kubitschek (HJK), da Rede Fhemig, para o atendimento a pacientes acometidos por doenças pulmonares e torácicas diminuiu em, aproximadamente, 70% o tempo de espera para a realização de procedimentos que demandam atenção em oncologia e vice-versa.

 

Considerando-se a prática habitual, adotada pela maioria dos hospitais que atendem pacientes com acometimentos relativos ao tórax, sejam públicos ou privados, o tempo necessário para o agendamento de atendimento em oncologia ou cirurgia torácica é superior a 30 dias. Com o modelo decorrente da cooperação entre o HAC e o HJK, “há casos de pacientes que são atendidos em uma semana”, revela o médico oncologista, Bruno Gustavo Muzzi Carvalho e Carneiro do Hospital Alberto Cavalcanti.

Trajetória

A possibilidade da assistência associada começou a ser discutida em 2008 quando profissionais de ambas as instituições hospitalares iniciaram um ciclo de conversas com o objetivo de dar maior resolutividade à oncologia clínica. A implantação efetiva se deu em fevereiro deste ano e reuniu, assim, um dos maiores centros de cirurgia torácica do Brasil (HJK) e o hospital referência no tratamento do câncer em Minas Gerais (HAC).

Reciprocidade

Tendo-se em vista que o câncer de pulmão é um dos tipos de câncer que mais cresce em todo o mundo, principalmente em decorrência da disseminação do hábito de fumar, pode-se ter uma ideia do valor dessa cooperação para a saúde pública, principalmente se for levado em conta o fato de que, a ocorrência desse tipo de câncer é a mais frequente na população mundial e a principal causa por câncer em todo o planeta.

A prática consiste no estabelecimento de uma reciprocidade de atenção em relação aos doentes que dão entrada em ambos os hospitais e que requerem atenção oncológica ou cirúrgica torácica. É coordenada pelos médicos Alberto Wainstein (coordenador do serviço de cancerologia do HAC) e Nilson Amaral (coordenador da cirurgia torácica do HJK), responsáveis pelo início das negociações entre as instituições.

Logística

A logística da cooperação implementada consiste na disponibilização, uma vez por semana, de um oncologista no HJK e de um cirurgião torácico no HAC, de modo a permitir-se a análise e o encaminhamento de casos entre os dois hospitais, explica Bruno Carneiro.

Isto porque, por exemplo, se um paciente que deu entrada no HJK para ser submetido a uma cirurgia torácica demandasse algum procedimento oncológico por parte do HAC, teria que aguardar a análise da Comissão Municipal de Oncologia para que essa instância tomasse as medidas necessárias para o encaminhamento do paciente para o atendimento oncológico.

Linha direta

Ao estabelecer uma interlocução entre as equipes dos dois hospitais, agiliza-se o trâmite do paciente entre uma instituição e outra. Assim, um paciente com câncer de pulmão em tratamento no HAC que necessite de cirurgia torácica no HJK ou um paciente do HJK com algum comprometimento torácico que requeira atendimento oncológico no HAC, transitam entre um e outro hospital sem a necessidade dos trâmites formais observados até então.

Com essa prática, reduz-se o tempo do tratamento, aumentando-se, consideravelmente, o tempo de vida do paciente ou, até mesmo, promove-se a cura, haja vista que o câncer de pulmão é bastante agressivo, portanto, ao se agilizar o prognóstico e o início do tratamento, investe-se na melhoria das condições de saúde do paciente.

Avaliação

Segundo Alberto Wainstein, em seis meses, serão divulgados dados consolidados do processo em curso e, assim, será possível analisar melhor os resultados da cooperação. No entanto, os profissionais envolvidos no estabelecimento dessa nova prática salientam que é desejável que ações dessa natureza tornem-se disseminadas, uma vez que resultam em ganhos para a assistência e para o desenvolvimento da pesquisa médica com ganhos diretos para o paciente.