Coinfecção Tuberculose/AIDS recebe atenção especial na Rede Fhemig

 

Coinfecção Tuberculose/AIDS
Imagem: Internet
Sábado (24/03) é o Dia Mundial de Combate à Tuberculose. Previna-se!

 

Com o advento da Aids, na década de 1980, a tuberculose (doença milenar) adquiriu o status de uma das mais importantes e freqüentes infecções oportunistas que acometem os pacientes portadores do vírus HIV. Ao longo das três últimas décadas, ela se tornou uma das principais causas de mortalidade dos doentes com Aids.

 

 

Diante deste cenário, o Hospital Eduardo de Menezes (HEM), da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), conta com serviços especializados para realizar não somente o atendimento, como também o acompanhamento dos pacientes em geral e daqueles que apresentam dificuldades de adesão ao tratamento, tanto do HIV quanto da tuberculose.

Nesse sentido, a equipe multidisciplinar do hospital atua em duas frentes, que trabalham de forma coordenada, constituídas pelo Serviço de Atenção Domiciliar Terapêutica (ADT), que acompanha os pacientes em domicílio e do Hospital Dia, no qual os doentes são avaliados dentro da própria unidade, com maior frequência e com a supervisão do tratamento.

Situação global

Para se ter uma ideia da complexidade da situação, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2010, 24% de todas as mortes por tuberculose estavam associadas ao HIV. O fato de ser portador do vírus da Aids é tão determinante para o desenvolvimento da tuberculose em indivíduos previamente infectados pelo bacilo Mycobacterium tuberculosis (ou bacilo de Koch) que o risco de se desenvolver a tuberculose salta de 10% ao longo da vida para os mesmos 10%, porém a cada ano.

Isso significa que tais pessoas têm de 20 a 30 vezes mais chances de desenvolver a tuberculose que está latente. Tal fato ocorre porque os mecanismos de defesa ficam comprometidos em razão do abalo provocado pela Aids sobre a imunidade celular dos indivíduos.


Proteção

No entanto, o tratamento antirretroviral (coquetel) atua inibindo a multiplicação do HIV, evitando a queda e até mesmo restaurando a imunidade. Evitando-se, assim, a manifestação clínica da tuberculose latente nos pacientes infectados pelo vírus da Aids.

É importante salientar que, após algumas semanas de tratamento, habitualmente ocorre a melhora dos sintomas (febre, tosse e perda de peso). Como a medicação é em forma de comprimidos, torna possível o tratamento em casa. Todavia, é fundamental que os pacientes tomem corretamente a medicação e não abandonem o tratamento, sob o risco de tornarem a bactéria da doença resistente aos remédios.

Em todo caso, nos primeiros 14 dias de tratamento, os doentes com tuberculose devem evitar permanecerem, durante muito tempo, em locais fechados e com muitas pessoas, pois neste período eles podem infectar as demais.

Adesão

A maioria das pessoas abriga o bacilo de Koch de forma inativa e só não desenvolve a doença porque tem um sistema imunológico competente. Por outro lado, quem está infectado pelo HIV deve fazer o teste cutâneo de tuberculina (PPD), usado para verificar se o paciente já teve contato com o Mycobacterium tuberculosis. Os casos positivos, ou seja, aqueles que já tiveram contato, devem tomar uma medicação para prevenir a reativação da tuberculose. Além de evitarem contato direto com pessoas com tuberculose em atividade.

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