No ranking das causas de lesão medular, o mergulho em água rasa ocupa o quarto lugar, no entanto, durante o verão, ele passa a ocupar a segunda posição, em razão de, neste período do ano, tornar-se mais frequente a procura por opções de lazer que têm como cenário piscinas, cachoeiras, mares, rios e lagos.
Paraplegia (paralisia das pernas), tetraplegia (paralisia de braços e pernas) e problemas neurológicos (traumatismo crânio encefálico) são as consequências mais graves dos acidentes que envolvem o mergulho em água rasa. Diante desse quadro, a informação torna-se a melhor estratégia para combater-se a incidência desse tipo de ocorrência. Faz-se necessário não somente alertar, de maneira pontual, ou seja, apenas na estação mais quente do ano, como também criar formas permanentes de educar as pessoas para a gravidade do problema.
O grupo mais suscetível a esses tipos de traumas são as crianças, os adolescentes e os adultos com até 30 anos de idade. Um mergulho mal calculado pode ser suficiente para deixar uma pessoa paralisada pelo resto de sua vida. O choque da cabeça com uma superfície rasa ou na qual haja pedras ou bancos de areia, decorrente de um salto de uma grande altura, faz com que o pescoço seja dobrado ao mesmo tempo em que o resto do corpo continua a se mover, provocando a fratura de uma das vértebras. Tal fratura pode comprimir a medula espinhal e causar a perda de sensibilidade e de movimentos abaixo do nível atingido.
Acidentes dessa natureza costumam, com frequência, estarem relacionados ao consumo de álcool e/ou drogas, o que faz com que a pessoa perca completamente a capacidade de julgamento quanto aos riscos a que está se expondo.
O socorro do acidentado é fator determinante para o não agravamento do quadro de saúde da vítima, haja vista que a manipulação incorreta do acidentado pode contribuir para a piora do seu estado. Nessas circunstâncias, o mais adequado é aguardar o socorro especializado. De todo modo, como em muitos casos a pessoa ainda está na água, é importante que ela seja imobilizada dentro do próprio rio, piscina etc. Para isso, deve-se improvisar uma prancha, utilizando-se uma tala (de madeira ou outro material qualquer) para evitar o deslocamento do pescoço.
A tábua deve ser colocada na região entre as costas e a cabeça e ser apoiada, nos lados, por toalhas ou camisetas dobradas, e uma faixa, que pode ser improvisada com um cinto, (dentre outros materiais) que deve ser passado nas regiões da testa e da cintura da vítima. Em nenhuma hipótese, deve-se testar os movimentos do acidentado, uma vez que se pode aumentar ainda mais a lesão na coluna. Afastado o risco de afogamento, é importante acalmar a vítima até que o socorro chegue.
Não mergulhe em locais desconhecidos.
Informe-se sobre a profundidade do local em que pretende nadar.
Entre primeiro no local, sem mergulhar.
Evite brincar de empurrar amigos para dentro de lagos, poços, cachoeira ou mar.
Não consuma álcool ou drogas.