Hipertensão Pulmonar é tema de encontro de pneumologistas no Hospital Júlia Kubitschek

Foto: Adair Gomes<BR />Ex-residentes do HJK se encontram para debater sobre o tratamento da hipertensão pulmonar
Foto: Adair Gomes
Ex-residentes do HJK se encontram para debater sobre o tratamento da hipertensão pulmonar

O Hospital Júlia Kubitschek promove, nos dias 2 e 3 de setembro, o 1º Encontro de ex-residentes de Pneumologia da unidade. Referência estadual em Pneumologia e Tisiologia, o HJK é um importante hospital de ensino, com estas residências consolidadas por sua qualidade e procura na formação profissional. A cada ano, o hospital irá promover este encontro, com temas relevantes na área. O primeiro abordará “Hipertensão Pulmonar – da teoria a prática”.



“A intenção destes encontros é divulgar conceitos atuais, levar e multiplicar conhecimentos técnicos que facilitem o diagnóstico da hipertensão pulmonar, facilmente confundida com outras patologias no início dos sintomas. Assim como tantas outras doenças crônicas, o diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento”, explica a assessora da Diretoria Técnica do HJK, Virgínia Pacheco Guimarães.

 


Virgínia ainda lembra que os profissionais precisam ter subsídios para melhor orientar seus pacientes quanto aos seus direitos, inclusive sobre documentação necessária, para agilizar o início do tratamento. “Precisamos incentivar a interação do profissional com o sistema de saúde e, desta forma, beneficiar o paciente”, afirma.


O Encontro reúne profissionais do HJK e convidados, como os pneumologistas Rogério Souza (USP) e Jaquelina Sonoe Ota Arakaki (Unifesp), com palestras programadas nos dois dias.


O Hospital Júlia Kubitschek é uma das principais referencias, no estado de Minas Gerais, no atendimento de pacientes com doenças relacionadas à circulação pulmonar. O grupo de circulação pulmonar do Hospital Júlia Kubitschek, sob a coordenação do diretor Frederico Thadeu Campos, atende às quintas-feiras. São atendidos, em média, 15 pacientes semanais, incluindo exames clínicos.

Hipertensão Arterial Pulmonar

 

A Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP) é atualmente um assunto de relevância clínica na área médica, apesar de sua rara incidência. Recentemente, o Sistema Único de Saúde (SUS) estabeleceu um protocolo de dispensação farmacêutica para a hipertensão pulmonar, garantindo, assim, acesso gratuito dos medicamentos aos portadores desta doença – fornecidos pela Secretaria Estadual de Saúde.

Mesmo não tendo cura, o tratamento contínuo, iniciado logo após o diagnóstico, possibilita ao paciente uma qualidade de vida praticamente normal. Caso contrário, quando o diagnóstico é tardio, ou não acontece, a HAP tem uma mortalidade alta – com uma sobrevida média de 3 anos, quando não tratada.

Na hipertensão pulmonar, o sangue não consegue fluir bem pelos pulmões e se acumula, sobrecarregando o lado direito do coração, que tem de fazer cada vez mais força para impulsioná-lo. Ao contrário do que se pensa, nos pulmões não existe apenas ar; quase metade do nosso sangue está lá.

Por isso, os sintomas podem ser confundidos com patologias cardíacas: geralmente, a pessoa apresenta cansaço constante e crescente, falta de ar e até desmaios. O paciente queixa que se cansa mais facilmente com atividades rotineiras, como subir escadas. O diagnóstico muitas vezes acontece quando o médico investiga a causa deste cansaço, com exames como ecocardiograma, que levantam a suspeita para a HAP. A confirmação é feita com o cateterismo cardíaco direito.

Quando a hipertensão pulmonar não tem uma causa específica ela é rotulada como idiopática. Em alguns casos, pode estar associada a algumas patologias como: cardiopatias congênitas, doenças reumatológicas ou auto imunes, AIDS, hepatites, esquitossomose, anemia falciforme, embolia pulmonar crônica entre outras. “Por este motivo, antes de iniciar o tratamento, é necessário fazer uma investigação minuciosa, daí a importância dos centros de referência, para a correta condução dos casos”, explica o gerente assistencial e coordenador do grupo de Circulação Pulmonar, Frederico Thadeu Campos.

O tratamento varia com o perfil de cada caso; na maioria deles, são prescritos anticoagulantes, diuréticos, vasodilatadores e, recentemente, medicamentos específicos dos grupos dos inibidores da fosfodiesterase 5, bloqueadores dos receptores da endotelina e análogos da prostaciclina,  dentre outros. Estes medicamentos facilitam o trabalho do coração direito e aliviam, assim, os sintomas. Em casos extremos, é recomendado o transplante de pulmão, às vezes associado ao de coração.

Outras informações: (31) 3389-7806 ou 7836 e e-mail: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. .

 

Programação


2/09/2011

19h30 - Registro dos participantes

20h - Abertura

20h30 - Epidemiologia da HP no Mundo. Rogério Souza (SP)

21h - Epidemiologia da HP no Brasil. Jaquelina Sonoe Ota Arakaki (SP)

21h30 - Jantar de confraternização.


3/09/2011

9h - Fisiopatologia e classificação da HP. Rogério Souza (SP)

9h30 - Diagnóstico da HP. Rodrigo Lima

10h - Análise crítica do Ecocardiograma na HP. Alexandre Colbucci

10h30 - Cateterismo Cardíaco Direito: Quando, como e porque realizar? Edmundo Clarindo Oliveira

11h - Intervalo

11h30 - O papel da função pulmonar. Eliane Viana Mancuzo

12h - Diretrizes atuais de tratamento da HAP. Jaquelina Sonoe Ota Arakaki (SP)

12h30 - Revisão baseada em evidências das terapias de combinação na HAP. Rogério Souza 13h - Almoço

14h - Hipertensão Pulmonar Tromboembólica Crônica. Dr. Frederico Campos

14h30 - HAP associada a Esquistossomose. Virginia Guimarães

15h - Hipertensão Pulmonar Grupo III OMS. Jaquelina Sonoe Ota Arakaki

15h30 - Hipertensão Pulmonar Grupo II OMS. Rogério Souza

16h - Intervalo.

16h30 - O que o futuro reserva? Jaquelina Sonoe Ota Arakaki

17h - Discutindo o protocolo mineiro de HAP. Frederico Campos

17h30 - Encerramento. Frederico Thadeu Campos (diretor assistencial do HJK)