A Residência Médica em Dermatologia do Hospital Eduardo de Menezes (HEM) consolida-se como um núcleo de formação em Dermatologia Sanitária. A cada ano, uma média de 220 candidatos concorre às três vagas ofertadas. A relação candidato/ vaga reflete a excelência da formação oferecida pelo hospital. No ano passado, 238 candidatos disputaram os três lugares.
Para ter-se uma ideia da procura, o vestibular para a graduação em Medicina das principais faculdades do País apresenta uma relação candidato/ vaga bastante inferior. Em 2010, por exemplo, a USP teve 67 concorrentes para cada vaga ofertada, ao passo que a UFMG contou com 54 candidatos/ vaga.
A concorrência acirrada faz com que o nível de preparação dos futuros residentes seja bastante elevado, haja vista que a disputa é da ordem de 79 para um. "O residente de dermatologia é diferenciado na medida em que, dado a expressiva concorrência, ele deve ter uma preparação maior", argumenta a preceptora-chefe da Residência em Dermatologia, Sandra Lyon. Existem ainda estágios para alunos de graduação (convênio com a Medicina UNI-BH) e pós-graduação de outras instituições como complementação da formação acadêmica.
Segundo Sandra Lyon, um grande número de ex-residentes concluiu o mestrado e o doutorado na Universidade Federal de Minas Gerais. Desse modo, são desenvolvidas dissertações e teses com a concepção humanista que norteou a formação desses profissionais egressos do HEM. De maneira semelhante, semestralmente, ocorre a publicação, em revistas médicas indexadas, de trabalhos científicos produzidos pelos residentes. Uma das consequências imediatas desse cenário é o fato de que o corpo clínico do HEM é titulado, promovendo-se, assim, uma melhor qualidade do atendimento aos usuários.
Em Belo Horizonte, além do Hospital Eduardo de Menezes, apenas o Hospital das Clínicas, a Santa Casa e, recentemente, o Hospital Militar, oferecem a Residência em Dermatologia. No entanto, somente o HEM dá ênfase à dermatologia sanitária. Como resultado dessa especificidade, tem-se a formação de médicos que priorizam a saúde pública. Prova disso é o fato de que vários dos ex-residentes constroem suas carreiras no serviço público. Alguns deles, inclusive, atuam no próprio Hospital Eduardo de Menezes. Esse é o caso dos dermatologistas Juliana Sarubi Cunha Noviello e Anderson Gomes Pereira Magnago. Para o médico, a experiência como residente contribuiu em 50% para a sua decisão em tornar-se servidor do hospital. "Eu prefiro trabalhar com a doença a trabalhar com a parte estética. Gosto muito da dermatologia sanitária", argumenta.
A ex-residente Alessandra Montenegro também escolheu a Rede Fhemig como local de trabalho. Há três anos, ela faz parte do quadro de pessoal efetivo da Casa de Saúde Padre Damião. A médica salienta que a experiência em lidar com pacientes de doenças infectocontagiosas foi determinante para a sua decisão de seguir uma carreira pública. "A residência me deu muita segurança, foi uma experiência muito rica. A ênfase dada à dermatologia sanitária me permitiu compreender como funciona o serviço público", pontua Alessandra Montenegro.
O programa de residência em dermatologia do HEM é credenciado pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM/SESu/MEC). Além disso, o HEM é credenciado pelo Ministério da Educação (MEC) e pela Academia Brasileira de Dermatologia (ABD). O hospital da Rede Fhemig também atua como Centro de Referência Estadual em Dermatologia Sanitária, assim como Centro de Referência Macrorregional em hanseníase.