1º Simpósio de Neurotraumatologia do Hospital João XXIII começa nesta quinta-feira na Faculdade de Ciências Médicas
- Detalhes
- Criado em Quinta, 25 Agosto 2011 15:01
Mortes e sequelas
O trauma é a terceira causa de mortes no Brasil. Perde apenas para as doenças cardiovasculares e o câncer. Aproximadamente 60% das mortes ocorrem dentro das primeiras 24 horas da ocorrência.
O Traumatismo Cranioencefálico - TCE - constitui a principal causa de óbitos e sequelas em pacientes multitraumatizados. No Brasil, anualmente, meio milhão de pessoas são hospitalizadas devido a traumatismos cranianos. Deste total, de 75 a 100 mil morrem no decorrer de horas enquanto entre 70 e 90 mil desenvolvem perda irreversível de alguma função neurológica.
O TCE é provocado por acidentes de trânsito, entre 60 a 70% dos casos, seguidos pelas agressões (arma de fogo, objetos contundentes, perfurantes ou cortantes) e quedas.
Mais segurança
Para o chefe da Neurocirurgia do João XXIII, Rodrigo Faleiro, o grande desafio hoje da área, é a sistematização das condutas da neuro, com procedimentos mais uniformizados. Este processo, segundo ele, aumenta o grau de segurança dos médicos e pacientes. O neurocirurgião assinala que a padronização favorece as conclusões embasadas em evidências, por isso tem sido buscada com a adoção de protocolos de tratamento, tanto no Brasil como em outros países.
Redução da mortalidade
A taxa mundial de mortalidade nos casos graves de traumatismo cranioencefálico gira hoje em torno de 40% contra 60 % na década de 70. A redução, conforme explica Rodrigo Faleiro, se deve aos avanços no tratamento e diagnóstico, sobretudo com os exames de imagem.
Segundo o neurologista, os progressos dos métodos de monitoração, as novas abordagens nos cuidados intensivos de CTI e os avanços nos diagnósticos foram notáveis nos últimos anos. Ele ressalta que a tomografia computadorizada, a monitoração da pressão intracraniana e agora a ressonância magnética não só ajudaram a reduzir a mortalidade, mas também a intensidade das sequelas.
O Hospital João XXIII conta com dois tomógrafos e a taxa de mortalidade em pacientes com Traumatismo Craniano Encefálico grave é de 34%. Com uma estrutura moderna e funcional, o hospital dispõe de 48 leitos de CTI, número bem acima da maioria dos hospitais da América do Sul. Rodrigo Faleiro assinala que todos os pacientes do CTI do João XXIII contam com monitor de pressão intracraniana, o que não ocorre em boa parte dos hospitais.“O tratamento da hipertensão craniana é que vai determinar o grau de sequelas dos pacientes”, esclarece o neurocirurgião.
Temas em destaque
A abertura do Simpósio de Traumatologia contará com as presenças do Presidente da Fhemig, Antonio Carlos de Barros Martins e do Diretor do HJXXIII, Eduardo Liguori, que será um dos palestrantes. Ele falará sobre o "Impacto Sócio-Econômico do Paciente Politraumatizado. No evento coordenado pelo chefe da Neurocirurgia do HJXXIII, Rodrigo Faleiro, serão debatidos também, entre outros temas, o “Atendimento ao Politraumatizado”, “Condutas e Cirurgias no TCE Grave” e Evolução e Prognóstico no Neurotrauma”. Também deverá mobilizar as atenções, o debate em torno da “Craniotomia Descompressiva” técnica usada para tratar o cérebro inchado e que ainda é envolta em controvérsias.
No simpósio serão homenageados os neurocirurgiões do João XXIII, Raul Starling, Luiz Carlos Mendes Faleiro, Josaphat Vilela de Morais e Gustavo Valadão.
PROGRAMAÇÃO
25 de agosto de 2011
Abertura e homenagens
19:30 - 20h - Composição da mesa
Antônio Carlos de Barros Martins, Eduardo Liguori de Cerqueira, Lucas Machado Viana Filho, José Rafael Guerra, Guilherme Durães, Rodrigo Faleiro
20 às 20:30h - Homenagem aos neurocirurgiões: Luiz Carlos Mendes Faleiro, Raul Starling, Josaphat Vilela de Morais, Gustavo Valadão.
20:30 às 21h - A terceira margem do rio: Raul Starling
26 de agosto de 2011
Atendimento ao politraumatizado
Presidente de Mesa: Kélia Santiago
8 às 8:30h - Impacto sócio-econômico do paciente politraumatizado Eduardo Liguori de Cerqueira
8:30 às 8:45h - História da Neurocirurgia Mineira - Sebastião Gusmão (HC/ UFMG)
8:45 às 9h - Evolução histórica do atendimento ao TCE grave
Luiz Carlos Mendes Faleiro
9 às 9:15h - Atendimento pré-hospitalar - Alfonso Max Heeren
9:15 às 9:30h - Abordagem intra-hospitalar - “The Golden Hour” Domingos André Drumond
9:30 às 9:45 - Atendimento ao TCE grave na sala de emergência - Condutas Neurotrauma Brasil - Ruy Monteiro (Hospital Miguel Couto -RJ)
9:45 às 10h - Mecanismos de trauma - Mário Pastore
10 às 10:10h - Discussão
10:10 às 10:30h - Intervalo
Terapia intensiva no Neurotrauma
Presidente de Mesa: Raul Starling
10:30 às 11h - Intensivismo no TCE grave: história e evolução - Almir Andrade (USP - Fac. Medicina - HC)
11 às 11:30 - Manejo do paciente com TCE grave no CTI - Daniela Pagliari
11:30 às 11:45 - Avaliação e Monitorização da Pressão Intracraniana
Ítalo Suriano (EPM)
11:45 às 12h - Metabolismo cerebral e volemia encefálica no trauma Marcelo Chioato (Universidade Federal de Uberlândia - MG)
12 às 12:10 - Discussão
12:10 às 13:30 - Intervalo para o almoço
Conferência
13:30 às 14h - A oximetria cerebral (PtiO2) - Almir Andrade (USP – Fac. Medicina - HC)
Condutas e Cirurgias no TCE grave – Módulo I
Presidente de Mesa: Rodrigo Faleiro
14 ás 14:15 - Fraturas crânio-faciais - Max Filipe Cota de Souza
14:15 às 14:30 - Lesões difusas - Marcelo Chioato (Univ. Fed. de Uberlândia – MG)
14:30 às 14:45 - Contusão cerebral - Augusto César Santos
14:45 às 15h - TCE por projétil de arma de fogo - Ricardo Delfino
15h às 15:15 - Hematoma subdural agudo (40 anos de experiência) - Raul Starling
15:15 às 15:30 - Hematoma extradural agudo - Leonardo Barnsley
15:30 às 16h - Intervalo
Condutas e Cirurgias no TCE grave – Módulo I
Presidente de Mesa: Eduardo Lauar
16h às 16:15 - Lesões vasculares traumáticas - Marco Túlio Salles
16:15 às 16:30 - Descompressão do nervo óptico - Ítalo Suriano (EPM)
Pediatria
Presidente de Mesa: Augusto César Santos
16:30 às 16:45 - Abordagem ao TCE leve e moderado na infância
Leopoldo Mandic
16:45 às 17h - Lesões espinhais no infante - Newton Godoy
17h às 17:15 - Radiologia no trauma pediátrico - José Nelson Vieira
17:15 às 17:30 - Discussão
27 de agosto de 2011
Craniotomia descompressiva
Presidente de Mesa: Gustavo Valadão
8 às 8:25 – Prós - Advogado: Ruy Monteiro
Contras: Promotor: Raul Starling
Juiz: Tales Ulhoa
8:25 às 08:40 - Técnica operatória - Kélia Santiago
8:40 às 8:55 - Alterações hidrodinâmicas pós-craniotomia descompressiva - Rodrigo Faleiro
8:55 às 09:10 - Complicações pós-operatórias - Jarbas Carvalhaes
9:10 às 9: 25 - Cranioplastia (precoce x tardia) - Rafael Stein
Evolução e Prognóstico no Neurotrauma
Presidente de Mesa: José Renato Bregunci
9:25 às 9:35 - Talk and die - Márcia Cristina da Silva
9:35 às 9:45 - Papel da Terapia Ocupacional na Reabilitação
Pollyanne Saviotti
9:45 às 10h - Discussão
10 às 12h - Visita de leitos no CTI
12 às 13h - Intervalo para o almoço
Conferência
13 às 13:20 - Casos Inusitados - Odilon Braz
Traumatismo Raquimedular
Presidente: Denise Assis
13:20 às 13:35 - Abordagem inicial ao paciente com trauma raquimedular - Saulo Martins
13:35 às 13:50 - Fraturas de C0/C1: Raro? Subdiagnosticado?
Luiz Fernando Barroso
13:50 às 14:05 - Fraturas de C2 - Rafael Stein
14:05 às 14:20 - Fraturas da coluna cervical subaxial - Newton Godoy
14:20 às 14:35 - Fraturas da coluna tóraco-lombar – Guilherme Zanini
14:35 às 14:50 - TRM por PAF (O que diz a literatura) - Lucídio Duarte
14:50 às 15:15 - BH - TRM - Aluizio Arantes
15:15 às 15:30 - Discussão e Encerramento