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Criado em Quinta, 30 Junho 2011 18:29
Foto: Alberto Wainstein
O Hospital Alberto Cavalcanti passou a oferecer residência médica em Cirurgia Oncológica, rara no país
Relativamente recente no Brasil, a cirurgia oncológica, ao longo dos últimos dez anos, consolida-se como especialidade médica. Em sintonia com esse cenário, o Hospital Alberto Cavalcanti (HAC) oferece, desde o início do ano, a residência médica em Cirurgia Oncológica. No contexto nacional, a nova residência do HAC compõe um, ainda pequeno, grupo de hospitais (são menos de dez), tanto públicos quanto privados, que mantém médicos em processo de formação na área. Em Minas Gerais, são apenas dois hospitais.
Tão importante quanto a presença da nova residência, é o processo que reúne o conjunto de residências existentes no HAC, com o objetivo de permitir uma visão integrada das diversas modalidades terapêuticas, ou seja, a multidisciplinaridade. A prática da atenção multiprofissional em saúde também é nova no País, haja vista que ela somente adquiriu caráter regulatório em janeiro de 2007. De lá para cá, tem norteado as instituições de saúde, no âmbito maior da Política Nacional de Atenção Oncológica. Desse modo, a residência em Cirurgia Oncológica agrega-se às residências em clínica oncológica (que completa três anos de existência) e em Mastologia, somando-se às já tradicionais residências do HAC, em Cirurgia Geral e Clínica Médica, consolidando-se, assim, uma abordagem integrada e integral da assistência ao paciente.
Sinergia dos resultados
Essa configuração multidisciplinar representa um significativo avanço, no sentido da otimização do atendimento e do tratamento dos casos de câncer. Isso porque é rara a circunstância em que, alguém que apresente a doença, requeira o atendimento de apenas uma modalidade terapêutica. O mais comum é o paciente precisar submeter-se a várias modalidades ao longo das diversas etapas da evolução da doença. Portanto, ao exercitarem a prática multidisciplinar, os diversos profissionais envolvidos no tratamento, contribuem, efetivamente, para a sinergia dos resultados, potencializando-se os ganhos para o paciente. Isto é, os benefícios para a pessoa em tratamento, decorrentes da prática da atenção multiprofissional, são significativamente mais expressivos do que a soma de cada um dos procedimentos realizados separadamente.
Residentes praticam multidisciplinaridade nos atendimentos
Na dinâmica do aperfeiçoamento das ações, exercitada pelo HAC, com o objetivo de prestar o melhor serviço ao paciente, merece destaque a atuação dos médicos residentes, na medida em que o aprimoramento de sua formação, decorrente do diálogo constante com as várias áreas que gravitam em torno do doente, possibilita que esses profissionais atuem, em um futuro próximo, como disseminadores e, também, como agentes no processo de desenvolvimento das práticas multidisciplinares. Como ressalta a residente em Clínica Oncológica, Mariana Barbosa, "há um compartilhamento de informações para definir-se o quadro geral do paciente, o que permite uma atenção completa". Essa opinião é compartilhada pelo residente em Cirurgia Oncológica, Daniel Fruk Guelfi, "a nossa formação é mais abrangente, pois permite a aquisição de conhecimentos que nos permitem ter essa visão global da trajetória do paciente e de como funciona o fluxo de serviços". Vale lembrar que o aperfeiçoamento da prática médica ocorre diariamente, "é um processo profissional e emocional bastante complexo", pontua a residente em Clínica Oncológica, Marina Costa.
Reconhecimento nacional pela trajetória
Em sua busca por melhores resultados, potencializada pela presença das residências que, em breve, contará também com a especialidade de Radioterapia, o HAC (atualmente referência no tratamento do câncer em Minas Gerais) segue uma trajetória rumo ao reconhecimento nacional de sua atuação. Esse processo, para ser bem sucedido, necessita estar amplamente sustentado pelo tripé excelência no atendimento, residência e pesquisa. Assim, "o trabalho realizado pelos médicos residentes adquire um papel estratégico para os hospitais sejam eles públicos ou privados", argumenta o cirurgião oncológico e coordenador da respectiva residência, Alberto Wainstein. O médico ressalta ainda que a residência em Cirurgia Oncológica exerce um papel fundamental para a formalização das exigências do Ministério da Saúde de modo que o HAC seja credenciado como Centro de Alta Complexidade em Oncologia.