Os profissionais que atuam no Complexo de Saúde Mental da Fhemig estão tendo a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos por meio do “Curso de Atualização em Saúde Mental – Diálogos sobre princípios, práticas e saberes”. O curso, uma parceria entre a Fundação e Escola de Saúde Pública (ESP), e resultado das reuniões do Colegiado de Saúde Mental da Fhemig (formado em 2015), tem como objetivo a reflexão sobre a prática no cotidiano dos serviços, de modo que os servidores capacitados possam oferecer um atendimento norteado pelos princípios da atenção psicossocial.
Iniciado no mês de agosto, o curso, de caráter introdutório, é composto por cinco módulos de quatro horas, abrangendo temas como a Reforma Psiquiátrica no Brasil, Psicopatologia, Psicofarmacologia, Usos e dependências de álcool e outras drogas e, em especial, a dimensão cuidadora do trabalho em Saúde Mental. A quarta turma teve início em 25 de novembro, e ainda estão previstas quatro turmas, totalizando 280 servidores capacitados. Cada unidade de saúde mental tem um número definido de vagas, mas caso elas não sejam preenchidas, há a disponibilização para outros hospitais da Rede.
Segundo Daniene Santos, coordenadora do NEP do Centro Mineiro de Toxicomania (CMT), os docentes responsáveis por compartilharem suas experiências no curso visam a construção do saber e novas práticas de atenção. “Estas práticas têm como norteadores o cuidado em liberdade e o fortalecimento da cidadania dos usuários destes serviços, de modo a oferecer a este público, muitas vezes discriminado e marginalizado, uma atenção que valorize sua autonomia e a reconstrução de seus laços sociais”, afirma ela.
O Colegiado de Saúde Mental, formado no início deste ano, tem realizado reuniões quinzenais, e conta com a participação de representantes das unidades da Fhemig, normalmente diretores e gerentes assistenciais. Outro resultado importante oriundo da criação do Colegiado é o alinhamento da política de saúde mental com o Sistema Único de Saúde (SUS) e a reforma psiquiátrica.
De acordo com a diretora do CMT, Daniela Alves, os encontros permitem a troca de experiências e a discussão de casos de pacientes atendidos nas unidades. “Discutimos sobre porta de entrada, encaminhamento, fluxo, cada hospital com as suas particularidades. É possível avaliar situações que são comuns em todas as unidades, e as que são próprias de cada uma”, avalia a diretora.