Cinco dias de muitos esclarecimentos prestados à população e de informações importantes sobre intoxicação amplamente divulgadas. Esse é o balanço da Semana de Prevenção de Intoxicação e Acidentes com Envenenamento e Animais Peçonhentos, realizada pelo Hospital João XXIII, da Rede Fhemig, de 23 a 27 de setembro, no pátio da unidade.
“A exposição foi bastante esclarecedora. A maior parte das pessoas não sabia, por exemplo, que a carambola pode ter efeito tóxico para quem tem algum problema renal, ou que a mandioca, se não for bem cozida, também pode trazer complicações à saúde. Abordamos ainda os cuidados para evitar acidentes com animais peçonhentos, como bater os sapatos antes de calçá-los. Ao transmitirmos essas informações ao visitante, ele certamente irá replicar esse conhecimento para outros. Isso é importante e educativo”, afirma a médica plantonista da Toxicologia, Solange Magalhães.
A dona de casa Maria do Carmo Viana aproveitou a visita à mostra para saber mais sobre acidentes com animais peçonhentos. “Estou aprendendo bastante. Já tive incidente com lagarta e lembro-me de ter sido uma dor muito forte. Sou da cidade de Oliveira, onde há muita plantação de café e, por isso, há também muita lagarta. Temos que tomar muito cuidado”, diz.
Serpente com unha, fogo para puxar veneno de cobra e outras histórias inusitadas foram relatadas por algumas pessoas que passaram pela mostra. “Um visitante disse que a coral verdadeira teria uma unha na cauda, cuja finalidade seria de segurar a pessoa, de forma que a serpente consiga virar a cabeça para dar o bote. Tivemos que intervir para tranquilizá-lo e dizer que não existia isso”, conta Solange Magalhães.
“Outro visitante disse que um parente foi picado por uma jararaca de rabo branco, não tomou soro e não recorreu a nenhum tipo de tratamento médico. O que ele fez foi acender um fósforo e encostá-lo no lugar da picada. De acordo com ele, isso puxaria o veneno. Nesse caso, foi importante esclarecer que, além de provocar uma queimadura, o procedimento ainda aumenta a chance de uma infecção local. A prática é totalmente desaconselhável”, esclarece Magalhães.
A Mostra de Toxicologia recebeu na sexta-feira (27) a visita de estudantes do 4º período do curso de Enfermagem da Faculdade Pitágoras. De acordo com a professora que acompanhou a ida da turma à exposição, Selma de Almeida Pinto – docente da disciplina de Farmacologia aplicada à Enfermagem – a visita foi uma ótima oportunidade para prestigiar o trabalho do departamento de Toxicologia do HJXXIII, que é referência nesse tipo de atendimento. “Está sendo uma ocasião muito boa para se trabalhar a questão da intoxicação exógena junto aos alunos, além de apresentar os tratamentos oferecidos, bem como a conduta do hospital nesses casos. A iniciativa do HJXXIII em realizar a exposição é louvável, já que se trata de um assunto de importância pública”, afirma.
A aluna do curso de Enfermagem, Daniela de Jesus Souza, acredita que a ida à exposição foi uma forma de aprimorar seu conhecimento sobre intoxicações. “Estamos vendo de perto alguns agentes tóxicos e entendendo um pouco mais sobre como prevenir acidentes. São informações que certamente vão agregar ao exercício da profissão e ao nosso dia-a-dia”, diz.