Foto: Rosemeire Carvalho
Lavar as mãos pode diminuir em até 80% as taxas de infecções
No Dia Nacional do Controle de Infecção Hospitalar a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais registra avanços importantes no controle de infecções, principalmente em setores assistenciais críticos, como a terapia intensiva. Todas as unidades hospitalares da Rede Fhemig possuem Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) nomeada e em funcionamento e a Administração Central dispõe da Vigilância Hospitalar (VHOSP) que gerencia as políticas de controle de infecção da rede.
De acordo com o coordenador da Vigilância Hospitalar da Fhemig, Flávio de Souza Lima, no biênio 2011-2012, três indicadores diretamente relacionados aos cuidados com o paciente crítico obtiveram melhoras ou manutenção dos níveis. Houve uma diminuição de 15% da densidade de incidência da pneumonia associada à ventilação mecânica no último biênio. Em relação à infecção urinária associada à sondagem vesical de demora, houve uma diminuição de 40% na densidade de incidência.
Quanto à infecção de corrente sanguínea associada a cateter venoso central, as unidades hospitalares da Fhemig conseguiram, já em 2011, a redução de taxas proposta pela Anvisa até o ano de 2014, que era de 30% e mantiveram essas taxas em 2012. Nos CTI’s Neonatais ocorreu uma redução de 27% na densidade de incidência de sepse associada a cateter venoso central, não havendo registro de surtos de infecção hospitalar neles ou nos CTI’s Pediátricos.
Dia Nacional do Controle de Infecção Hospitalar
Desde 1999, o Ministério da Saúde decretou o dia 15 de Maio como Dia Nacional do Controle de Infecção Hospitalar. Neste dia, em 1847, na Hungria, o obstetra Ignaz Semmelweiss instituiu a lavação obrigatória das mãos para médicos e enfermeiros que atuavam na enfermaria obstétrica, diminuindo a taxa de infecção puerperal de 12,24% para 1,89%. A higienização adequada das mãos ainda é a principal conduta empregada na prevenção de transmissão de infecções no ambiente hospitalar, podendo diminuir em até 80% as taxas dessas infecções.
Segundo dados do Ministério da Saúde, somente 38% dos hospitais do país têm comissões de controle de infecção funcionando e, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a implantação de um Plano de Controle de Infecção Hospitalar (PCIH) pode diminuir em até 1/3 as taxas de infecção. Infecção hospitalar é qualquer contaminação adquirida depois de 72 horas de internação; ocorre, geralmente, por causa das bactérias existentes no próprio hospital, por isso é importante, além de lavar as mãos, não sentar ou deitar na cama do paciente e evitar levar alimentos e bebidas para o quarto, entre outras medidas preventivas.
Uso racional de antimicrobianos gera economia
Outra ação importante das equipes de controle de infecção hospitalar é a auditoria para o uso racional de antimicrobianos, o que impacta diretamente na pressão de seleção de bactérias multirresistentes nos hospitais, prevenindo seu aparecimento e diminuindo os custos com antibióticoterapia. No nível central, a VHOSP da Fhemig audita as prescrições de antimicrobianos classificados como de uso restrito devido à sua importância epidemiológica como tratamento de infecções por micro-organismos multirresistentes.
Em 2012, essa auditoria mostrou 91% de conformidade nas prescrições de antimicrobianos de uso restrito, com uma economia de R$310.682,00 com o ajuste de formulações equivalentes e via de administração desses medicamentos.
Em comemoração ao Dia Nacional de Controle de Infecções Hospitalares, a VHOSP ressalta a importância da higienização adequada das mãos, prática tão simples e tão negligenciada por vários profissionais de saúde, e parabeniza as equipes de controle de infecção hospitalar das unidades da rede pela sua dedicação, sem a qual os resultados positivos de 2012 não seriam alcançados.