A comemoração do aniversário de 40 anos do Hospital João XXIII reuniu servidores, pacientes, familiares e autoridades da saúde na entrada do hospital, hoje pela manhã, num abraço simbólico. O tradicional “Parabéns pra você” foi cantado na recepção, ao som da banda do Corpo de Bombeiros.
O policial militar Cléver Saldanha foi um dos presentes que ajudou a soprar a vela do bolo. Em 1998, ele passou 78 dias internado no HPS, após receber um tiro que provocou 28 perfurações no pulmão e no coração, tendo se recuperado sem sequelas.
Em seguida as celebrações continuaram no auditório do HPS, onde houve o lançamento de um selo comemorativo e homenagens a algumas pessoas, em reconhecimento pelos serviços prestados ao longo da história do maior hospital de pronto-socorro do estado. Foram homenageados o cirurgião Wilson Abrantes, que dá nome ao bloco cirúrgico do HJXXIII, a auxiliar de enfermagem Vandalci Valério (representando todos os servidores da instituição), o presidente da Fhemig e ex-diretor do João XXIII, Antônio Carlos de Barros Martins e a médica Milza Cintra, coordenadora da Humanização do hospital.
“O Joao XXIII vive hoje um momento histórico. Ele é um adulto jovem, maduro, com a experiência do passado e com um desafio enorme para o futuro. O desafio de manter essa qualidade, essa perspicácia, esse avanço, que conseguiu até hoje e foi consolidado”, disse Martins. Estiveram presentes o secretário municipal de saúde, Marcelo Gouvêa Teixeira, a subsecretária de Regulação em Saúde, Maria Letícia Duarte Campos, o diretor da Associação Médica, Juracy Gonçalves de Oliveira, a presidente do Ipsemg, Jomara Alves da Silva, a representante do Conselho Regional de Enfermagem, Aparecida Horta, o vice-presidente da Hemominas, Marcus Flávio Las Casas e o presidente da Funed, Augusto Monteiro Guimarães, entre outros.
“Comemorar seus 40 anos representa muita luta e compromisso de todos os servidores, que não pouparam esforços para que, com compromisso e responsabilidade ajudassem o hospital a atingir o patamar que ocupa hoje no sistema de saúde municipal e estadual. Hoje o nosso hospital é referência nacional em diversas áreas, sobretudo a traumatologia. Estamos vivendo um processo de construção constante, visando aperfeiçoar o atendimento ao paciente” afirmou o diretor do HJXXIII, Antônio Penido.
Celebrando a vida
Emocionado, o estudante Guilherme Abras, 22 anos, lembrou o dia 23 de agosto de 2012, quando foi assaltado por um motoqueiro voltando da faculdade, tendo o coração e o pulmão perfurados. Ele ficou internado no hospital durante 2 semanas, no CTI. “Fiquei em coma durante 2 dias. Hoje minha vida está normal, estou fazendo tudo o que eu fazia antes, não tenho nenhuma sequela. O atendimento foi espetacular, não tenho nada a reclamar, e estou aqui hoje porque tenho gratidão pelas pessoas e pelo hospital que me atendeu tão bem e me deu tanta força pra eu estar aqui hoje, bem, recuperado e com a vida toda pela frente”, disse, durante as comemorações.
Às 10h30 foi realizada uma missa em Ação de Graças, na igreja Sagrado Coração de Jesus, celebrada pelo padre dom Giovanni Vecchio, capelão do HJXXIII, e às 16hs houve um culto ecumênico no hospital.
Centro de excelência
O Hospital João XXIII é o maior hospital de trauma de Minas e um dos maiores do país, sendo um centro de referência e excelência no atendimento a pacientes vítimas de politraumatismos, grandes queimaduras, intoxicações e situações clínicas e/ou cirúrgicas com risco de morte. A pedra fundamental do novo hospital de Pronto-Socorro foi lançada em 1958, ano da morte do Papa João XXIII, de quem recebeu o nome.
Fundado em 1.973, abriu suas portas para receber a grande demanda da cidade em urgência e emergência, substituindo o Hospital Maria Amélia Lins, até então única unidade que prestava esse atendimento aos pacientes da capital e de toda a Região Metropolitana de BH. Reconhecimento Com 440 leitos, cerca de 600 médicos e 52 residentes, em 2012 foram atendidos 104.363 pacientes, sendo mais de 10% vítimas de acidentes de trânsito (11.503). Cerca de 2.680 funcionários realizaram 7.265 cirurgias e 1.241.041 exames.
Em março deste ano foi divulgado o resultado de uma pesquisa de satisfação do usuário, realizada pelo Ministério da Saúde no final de 2012, em que o Hospital João XXIII foi considerado o melhor hospital do país no atendimento a emergências, dentre as instituições do Programa SOS Emergências. Para o presidente Antônio Carlos de Barros Martins, esse resultado reflete os investimentos aplicados na modernização do Hospital João XXIII, desde 2003, através da melhoria da infraestrutura, da reformulação total do parque tecnológico e dos equipamentos, além da reformulação do processo de trabalho e da capacitação dos recursos humanos, que propiciaram ganhos incalculáveis para a saúde da população mineira.
CTI da Unidade de Tratamento de Queimados
Em janeiro de 2010 foi inaugurado o novo Centro de Terapia Intensiva da Unidade de Tratamento de Queimados Professor Ivo Pitanguy. O espaço, localizado no nono andar, foi totalmente reestruturado, passando a contar com 10 (dez) leitos de tratamento intensivo e um bloco cirúrgico, com duas salas de cirurgia e sala de recuperação anestésica com total infraestrutura, todas equipadas com aparelhagem de última geração, para o mais moderno tratamento cirúrgico do paciente queimado.
Heliponto
Em dezembro de 2010 foi finalizada a maior intervenção na unidade, desde sua inauguração. A população do estado passou a ter acesso ao heliponto, que dá mais conforto, agilidade e segurança na assistência a pacientes vítimas de traumas graves e com risco iminente de morte. O espaço tem uma área de 441 m² e acesso por dois elevadores, um deles exclusivo, com acesso direto à sala de emergência. Na mesma data foi também inaugurada uma nova sala de reanimação, com toda a tecnologia necessária para pacientes de alto risco. Interligada à sala de politraumatizados e a pouco metros de um tomógrafo computadorizado de última geração, o espaço tem aparelhos de raio-x e ultrassom móveis, dois monitores multiparâmetros e respiradores.
Na ocasião, o secretário estadual de Saúde, Antônio Jorge de Souza Marques, destacou a importância do Hospital João XXIII. “A instituição desempenha um papel fundamental da medicina em Minas” afirmou.
Toxicologia
O hospital se prepara para oferecer a residência em Toxicologia Médica. A nova residência está em processo de formatação na Rede Fhemig e a expectativa é de que seja a primeira no país. Com o recente reconhecimento da toxicologia como especialidade médica, a Rede Fhemig, maior instituição não acadêmica a formar residentes no Estado, é uma das poucas organizações de saúde do Brasil que reúne condições para a oferta da residência em Toxicologia Médica já em 2014. O atual programa, aprovado pela Comissão Nacional de Residência Médica, é fruto do trabalho conjunto do coordenador da Unidade de Toxicologia e do Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIAT) do HJXXIII, Délio Campolina, e sua equipe.