Verão exige cuidados extras com a saúde

Em decorrência do verão, alguns tipos de doenças de pele tornam-se mais comuns. Entre elas, destam-se as micoses que são infecções causadas por fungos ou "bolores". Além disso, a exposição excessiva ao sol, sem proteção, contribui para o envelhecimento precoce e predispõe o organismo ao desenvolvimento do câncer de pele.

O aumento da transpiração, o contato com a areia e piscinas com água contaminada, além de vestiários de uso comum são fatores que também propiciam o aparecimento das doenças de pele. Entre as micoses de maior ocorrência estão a pitiríase versicolor; micose não contagiosa, que se caracteriza por lesões claras, mas que podem ser avermelhadas. Geralmente são descamativas e podem ser únicas ou múltiplas.

Ainda no grupo das micoses mais comuns está a "tinha" (pé de atleta) ou "impinge"; lesões em anel, com bordas vermelhas, que coçam bastante, além de descamarem. Estas lesões costumam manifestar-se em qualquer parte da pele, mas são bastante comuns nas regiões de dobras. São adquiridas pelo contato com animais como cães e gatos, assim como com roupas de banho e areia contaminadas.

As micoses são facilmente tratadas, mas o melhor caminho é a prevenção. Desse modo, devem ser observados cuidados básicos tais como evitar ficar, por períodos prolongados, com roupas úmidas, não compartilhar roupas e toalhas, além de usar, preferencialmente, peças íntimas de algodão, pois as sintéticas não absorvem bem o suor.

Herpes

Outra doença bastante comum no verão é o herpes labial. A maioria das pessoas (mais de 90%) já entrou em contato com o vírus causador dessa doença, mas nem todo mundo a desenvolve. Os indivíduos predispostos apresentam uma condição caracterizada por um período inicial de dor e ardência no local, com posterior aparecimento de vesículas que se rompem e formam crostas bastante dolorosas.

Cabe salientar que a doença não tem cura e que evolui com períodos de piora, intercalados com longos períodos sem nenhum sintoma ou sinal. Entre os fatores desencadeantes da crise podem-se destacar a exposição excessiva ao sol e o estresse. O tratamento pode ser feito com pomadas ou comprimidos.

Câncer de pele

O raio que mais agride a pele é o UVB (ultravioleta B), no entanto o UVA (Ultravioleta A) potencializa a sua ação. De todo modo, o câncer de pele está associado a longos anos de exposição desprotegida ao sol e pode ser prevenido pela adoção de condutas bastante simples:

- Use protetor solar diariamente, com fator de proteção solar adequado. Esse valor é diferente para cada pessoa, devendo ser indicado por um profissional. Aplique-o em todo o corpo, mas, principalmente, nas áreas mais expostas ao sol. O uso do protetor labial é indicado para se evitar ressecamentos e rachaduras.
- Reaplique o protetor solar com freqüência, especialmente após longo período de exposição e depois de banho de mar ou piscina.
- Evite exposição ao sol entre 10 horas da manhã e 4 horas da tarde. Esse é o período de maior radiação.
- Mantenha as crianças com menos de seis anos sem contato direto com o sol, o máximo possível.
- Hidrate a pele após expor-se ao sol; dê preferência a loções ou cremes que contenham vitamina E.

Conjuntivite

Não é somente a pele que precisa de proteção. Os olhos também sofrem a ação de agressores, como os raios ultravioleta, podendo haver o aumento do risco de doenças como a catarata. Portanto, óculos escuros, que bloqueiem pelo menos 99% da radiação ultravioleta, devem ser utilizados diariamente.

Mas esse não é o único problema que ameaça a saúde dos olhos no verão. A conjuntivite é caracterizada pela inflamação da mucosa que recobre os olhos. Não é uma doença grave, mas é incômoda e contagiosa, devendo ser tratada. Causada por vírus ou bactérias, leva a quadros diferentes, que requerem tratamentos também distintos.

A transmissão ocorre de pessoa a pessoa, por meio de objetos contaminados (toalhas, travesseiros, lenços etc) e dissemina-se rapidamente. Outra forma de contágio é o banho em piscinas contaminadas ou praias poluídas.  O tratamento da conjuntivite bacteriana é feito com uso de colírios de antibiótico. No caso das viróticas, o tratamento consiste em lavagem e cuidados de higiene.

Desidratação

No verão, o calor intenso e a umidade favorecem o aumento da transpiração e, consequentemente, da perda de água. Por isso, nesta estação, o risco de desidratação é maior e aumenta em crianças e idosos. A razão é que o organismo deles tem maior dificuldade em conservar a água no corpo.

A desidratação é uma perda excessiva da água corporal, levando a alguns quadros que podem ser muito graves. Assim, no verão, recomenda-se uma maior ingestão diária de líquidos. Quando a transpiração é excessiva, além da água, também se perde sais minerais que, igualmente, devem ser repostos. Recomenda-se água natural, sucos de frutas, bebidas isotônicas; que repõem muito bem os sais minerais e água de coco; que é uma bebida isotônica natural. Importante lembrar que refrigerantes não são bons para hidratação porque contém quantidades elevadas de sal e outras substâncias.
 
Outro aspecto importante é que a sede é um sinal tardio da falta de água, por isso não se deve esperar pela sede para hidratar-se. O ideal é ingerir pequenas quantidades de líquidos variados, durante todo o dia. Em casos de desidratação, recomenda-se o uso do soro caseiro, que é facilmente preparado com água filtrada, sal e açúcar. Ele deve ser oferecido em pequenas quantidades, várias vezes ao dia.