Mais uma boa ideia dos funcionários do Hospital Júlia Kubitschek merece destaque no quesito “humanização”. Funcionários e pacientes do HJK têm recebido, regularmente, a visita de um grupo de contadoras de histórias, o que tem dado bons resultados na assistência e no convívio diário.
O grupo é acompanhado, há três anos, pela fonoaudióloga Letícia Palmer e pela terapeuta ocupacional Adryenne Ischaber. Entre outras atividades, elas são responsáveis pelo contato com o grupo e a montagem do cronograma, pela organização dos espaços utilizados, pela triagem dos pacientes e pela disponibilidade de recurso adequado para a locomoção dos doentes, como cadeira de rodas, andador, maca e apoio humano.
Esse trabalho tem fortalecido o vínculo entre os envolvidos, proporcionando maior bem-estar emocional e afetivo. Além disso, gera reflexões a partir de ensinamentos de moral extraídos da história ouvida, resgata lembranças e promove atividades sociais e de lazer, comprometidas pela internação hospitalar.
Para funcionários e pacientes, é uma oportunidade para o relaxamento, pois amplia os vínculos afetivos com os colegas de trabalho ou de ala, promove uma maior aceitação dos procedimentos hospitalares, devido à melhora do humor, e resgata as diferentes culturas individuais e coletivas.
As primeiras programações eram voltadas para a Clínica Cirúrgica, Clínica Médica, CTI, Maternidade e Pneumologia. Cada um destes setores era atendido de acordo com o perfil da maioria dos doentes internados. Para a Clínica Médica e Pneumologia, alas em que a maioria dos pacientes consegue caminhar, eles se deslocam para ambientes amplos onde são realizadas as “contações”. Nos demais setores, as histórias são contadas nas próprias enfermarias, à beira do leito.
“Precisamos estar atentas às condições de saúde dos pacientes, como um possível mal estar. O que nos comove e nos mantém envolvidas é o retorno gratificante obtido dos pacientes, funcionários e das próprias contadoras. Às vezes são pequenos gestos, muitas vezes silenciosos, mas que expressam uma profunda alegria e gratidão pela oportunidade de participar da atividade”, lembram Letícia e Adryenne.
A partir do 2º semestre de 2008, o trabalho foi estendido aos funcionários e, no ano seguinte, à Casa da Gestante do HJK. Atualmente, pacientes e funcionários são beneficiados pelas contações de acordo com o cronograma estabelecido semestralmente.
O sucesso desse projeto se deve a vários fatores. Entre eles, ao apoio das chefias, que adequaram as funções ao horário das contações e da rotina hospitalar. Também foi importante o envolvimento e a presença do público (pacientes, familiares e funcionários), que investiu na divulgação, zelou pela pontualidade e teve disponibilidade para ajudar.
“Algumas vezes, carregamos as macas pelos corredores para levar pacientes que queriam muito participar, mas não podiam sair do leito. Ressaltamos ainda o apoio do NEP e seu trabalho conjunto ao GTH/HJK (Grupo de Trabalho de Humanização HJK), para o desenvolvimento de nossas atividades e do acesso a todos”, relatam os organizadores.